Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de março de 2022
O homem suspeito de matar a companheira em São Vicente, no litoral de São Paulo, teve confiscada a parte da herança de seu pai que lhe pertence. Carlos Alberto de Abreu, de 50 anos, está foragido desde que a mulher foi morta, e a Justiça concedeu liminar para garantir o pagamento de possível indenização por dano moral aos três filhos da vítima.
Vídeos de câmera de segurança do dia do crime registraram o momento em que o homem entrou em casa com a mulher e, cerca de uma hora depois, saiu sozinho.
Conforme o portal de notícias G1, após o crime, os filhos da vítima, Sandra Ribeiro, de 53 anos, pesquisaram o nome do suspeito pelo Tribunal de Justiça e encontraram um inventário que mostra que ele estava para receber um dinheiro vindo de herança do pai. Então, os familiares entraram com uma ação por dano moral.
A ação de indenização por danos morais foi feita pela advogada Brunna Oliveira Pavanelli dos Anjos, representando a família. Em liminar, o juiz Mário Roberto Negreiros Velloso, da 2ª Vara Cível do Foro de São Vicente, deferiu que fosse bloqueada a parte da herança que seria do suspeito, até que seja julgado o processo criminal.
“A probabilidade do direito está demonstrada pelos documentos que escoltaram a inicial – inquérito policial, laudo com fotos de câmeras do dia do crime, depoimentos, reportagens, etc”, destacou o magistrado. Os filhos da vítima, que têm 24, 36 e 39 anos, pedem o pagamento de indenização de R$ 10 mil para cada um, valor a ser atualizado desde o homicídio.
Na ação, a advogada argumentou que a lei garante a obrigatoriedade do acusado de reparar o sofrimento da família da vítima que é morta em uma conduta ilícita. Ela também afirmou que, apesar de o dinheiro não substituir o sofrimento que os filhos estão tendo, o objetivo é compensar o mal que sofreram.
O investigado foi flagrado por câmeras de monitoramento chegando à residência com a vítima, e cerca de uma hora depois, saindo da casa sozinho, de bicicleta e com uma mochila. A Polícia Civil registrou o caso como feminicídio, e após solicitação da autoridade policial, a Justiça decretou a prisão temporária dele, mas ele segue foragido.
De acordo com o portal de notícias G1, o suspeito também já possuía um boletim de ocorrência registrado contra ele, por parte de uma ex-namorada, que o acusou de tentar matá-la em 2018, segundo confirmado pela Polícia Civil. À época, a ex-companheira, apesar de ter feito o registro, não prosseguiu com a representação criminal.
Carlos e Sandra já estavam juntos há pouco mais de um ano e, segundo informado por testemunhas à Polícia Civil, ele já havia a agredido anteriormente, mas os filhos não sabiam disso.
Investigações
Em entrevista ao portal de notícias G1, o delegado explicou que analisou imagens de câmeras de monitoramento. “Conseguimos imagens do condomínio onde a vítima morava, e conseguimos ver que, por volta da 1h10min da madrugada [da data do crime], eles [ela e o namorado] chegaram juntos de carro. Ele desceu e abriu o portão da casa, aí ela entrou com o carro e ele entrou a pé em seguida”, disse a autoridade policial.
Depois, segundo o delegado, por volta das 2h36min, o suspeito saiu da casa sozinho, com uma bicicleta e uma mochila. “Depois, acompanhando as imagens, vemos que o filho entra na casa por volta das 16h do dia seguinte, que foi o horário em que ele encontrou a mãe já morta e acionou a polícia”, explicou.
O caso foi registrado como feminicídio na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Vicente e segue sob investigação. As informações são do portal de notícias G1.