Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2022
Andar de bicicleta traz uma série de benefícios à saúde, como o combate ao sedentarismo, a prevenção de doenças cardiovasculares e obesidade, entre muitas outras mudanças positivas para o corpo e para a mente. Porém, para muitos homens, pedalar durante longos períodos de tempo pode gerar um desconforto no assoalho pélvico – musculatura que vai do ânus à raiz do pênis –, responsável por sustentar os órgãos da região. Essa pressão a longo prazo está relacionada a problemas urinários, além de já ter sido ligada em alguns estudos a casos de disfunção erétil. Mas há maneiras simples de evitar esses riscos, sugerem especialistas.
Em trabalho publicado na revista científica Journal of Sports Medicine, pesquisadores da Universidade de Medicina Wroclaw, na Polônia, analisaram 22 estudos sobre o tema para entender as evidências sobre problemas causados pela pressão no períneo e quais as recomendações para preveni-los. Um dos trabalhos analisados mostrou – a partir de uma pesquisa com 2.774 ciclistas e 1.158 pessoas que não pedalavam – que a atividade está associada a uma tendência “significativamente maior” de dormência na região perineal.
“A possível ligação entre dormência perineal induzida pelo ciclismo e disfunção erétil torna crítico o desenvolvimento de estratégias para proteção perineal em usuários de bicicletas”, defenderam os pesquisadores no estudo.
A boa notícia é que a análise das evidências disponíveis também indicou que se manter de pé sobre os pedais a cada dez minutos na bicicleta pode ser uma medida eficiente para redirecionar o fluxo sanguíneo e diminuir o risco de dormência. Isso porque um dos estudos constatou que se levantar por mais de 20% do tempo pedalando diminuiu consideravelmente a sensação na área das genitálias.
Além disso, utilizar um banco chamado de “sem nariz” também pode ajudar. De acordo com a revisão dos estudos, os pesquisadores afirmam que é necessária uma redução de ao menos 60% da pressão do assento para diminuir significativamente a compressão perineal interna, que provoca os problemas. Com o estilo de banco sem a ponta na frente, a redução chegou a 71%, o que foi associado a um aumento da oxigenação na região, redução do desconforto e menor incidência de dormência perineal.
O autor do estudo Kamil Litwinowicz, pesquisador da universidade polonesa, explica que a ideia do trabalho não é desmotivar as pessoas a andarem de bicicleta, uma vez que há inúmeros benefícios na prática, mas sim orientar sobre as melhores formas de fazê-lo.
“Muitos homens lutam com desconforto ao andar de bicicleta, e há preocupações de que isso possa levar a problemas sexuais. No entanto, também há fortes evidências de que ser sedentário está ligado à disfunção erétil, então, por outro lado, o ciclismo como forma de atividade pode reduzir esse risco. Por isso, não queremos que os homens parem de andar de bicicleta, mas sim que se atentem para coisas como pisar nos pedais ou usar um assento diferente”, disse Litwinowicz ao jornal britânico DailyMail. As informações são do jornal O Globo.