A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) informou nesta quinta-feira (3) que viajou aos Estados Unidos para “estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas”. Zambelli teve recentemente suas contas em diversas redes sociais bloqueadas, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após a viagem ser revelada, a parlamentar afirmou, em nota, que não divulgou a viagem justamente porque está sem acesso às redes. Ela afirmou que terá “agendas pessoais” nos Estados Unidos, além de encontros com autoridades, que ela não revelou quais.
“Não divulguei a viagem aos Estados Unidos simplesmente porque não tenho onde publicar, oras! Estou no meio desse movimento de contenção, repressão e ataque à Liberdade. Estou cumprindo agendas pessoais e aproveitarei a ocasião para estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas”, disse Zambelli.
No texto, a deputada também criticou a decisão que suspendeu suas redes.
“A decisão que censurou todos os meus canais de comunicação, inclusive o WhatsApp tem como objetivo controlar o fluxo de informações e conter uma das maiores vozes conservadoras da internet com mais de 9.520.000 seguidores em sete redes sociais”, afirmou.
O bloqueio das contas foi determinado pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Ao todo, foram bloqueados os perfis da parlamentar em sete redes diferentes: YouTube, Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, Tiktok e LinkedIn.
Na decisão, foram listadas publicações realizadas pela deputada que “atingem a integridade e normalidade do processo eleitoral, incentivando, com base em falsas acusações de fraude, a recusa dos resultados e intervenção militar”.
A suspensão dos perfis da parlamentar, que é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), teve como base a resolução recente aprovada pela Corte. A determinação permite a remoção rápida de notícias falsas das redes sociais.
Novos perfis
O TSE proibiu Carla Zambelli de criar perfis nas redes sociais até a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cerimônia está prevista para ocorrer até o dia 19 de dezembro. Se descumprir a ordem, a deputada pode ser multada em R$ 100 mil, ser investigada por crime de desobediência na esfera criminal e, na esfera eleitoral, ser alvo de apuração por uso indevido dos meios de comunicação – o que pode levar à cassação do mandato.
Nesta quinta, a deputada voltou a fazer postagens em rede social mesmo após proibição da Corte.