Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2023
A suspensão temporária das exportações de carne bovina do Brasil para a China, determinada pelo governo depois da confirmação de um caso de “vaca louca” no Pará, pegou o setor em um momento de forte expansão do comércio para o gigante asiático.
O País é o maior exportador do produto para os chineses: detém 42% de participação naquele mercado, bem à frente da Argentina (18,5%), Uruguai (13,5%) e EUA (6,1%).
Em 2022, de acordo com dados da embaixada do Brasil em Pequim, baseado em números da aduana chinesa, as importações de carne bovina cresceram 63% em valor quando comparadas a 2021. Alcançaram US$ 7,5 bilhões. Em volume, a ampliação foi de 29%, num total de 1,1 milhão de toneladas exportadas.
Forma atípica da doença
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que as características e sintomas avaliados no caso vaca louca no município de Marabá (PA), indicam a possibilidade de uma forma atípica da doença, ou seja, que surge de forma espontânea no animal.
Casos atípicos da doença não trazem riscos de disseminação no rebanho ou de transmissão ao ser humano. “É muito provável que seja atípico. Um caso normal, comum, pertinente ao envelhecimento das criaturas”, disse.
A outra forma de o animal se contaminar é por meio de rações feitas com proteína animal contaminada, como por exemplo, farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso deste tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos.
Contudo, a confirmação do tipo da doença ainda depende do resultado de exames, que vão ser realizados em um laboratório de referência da instituição em Alberta, no Canadá.
As exportações de carne bovina para a China estão suspensas partir desta quinta-feira (23).
“Quando o mercado suspende suas exportações cria um certo temor e isso balança um pouco o mercado da carne negativamente. Mas nosso trabalho é agir com rapidez e transparência para que mais rápido possível retornarmos à normalidade”, explicou Fávaro.
Em 2021, o Brasil deixou de exportar a carne para a China por mais de 100 dias. Na época, o governo havia comunicado dois casos atípicos da doença registrados em Mato Grosso e Minas Gerais.