Ícone do site Jornal O Sul

Suzana Alves diz que diagnóstico de TDAH ressignificou sua vida: “Um alívio saber”

Atriz, de 44 anos, descobriu há um ano que tinha o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. (Foto: Reprodução)

Suzana Alves, de 44 anos, passou a olhar para a vida e para si mesma de outra forma após ser diagnosticada com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) há um ano. A atriz, que ficou famosa após interpretar a personagem Tiazinha, conta que por anos lutou contra sintomas da doença, que incluem inquietação e dificuldade em manter a atenção em tarefas e conversas.

“O TDAH é genético e nunca imaginei que pudesse ter. A descoberta ressignificou tudo na minha vida! Está justificando muitas decisões, meu comportamento atípico em alguns momentos, a impulsividade… Enfim, é um alívio saber que nem tudo precisa ser sofrido ou alegre demais! Sempre fui inquieta e nunca me encaixei no padrão. Eu me sentia muito sozinha, e hoje não me sinto mais. O diagnóstico foi um presente para mim. Hoje me sinto revigorada, renovada e com um novo cérebro”, celebra.

O diagnóstico veio após ela entrar para a faculdade de Psicologia. Casada com o ex-tenista Flávio Saretta desde 2010 e mãe de Benjamin, de seis anos, Suzana diz que a doença impactava a sua relação familiar, apesar do amor em seu lar sempre se sobressair.

“Faço terapia há muitos anos e em muitas áreas amadureci, mas outras coisas pareciam impossíveis de serem mudadas ao longo das tentativas. Eu já estava cansada de sentir altos e baixo no meu emocional e de me desgastar muito nas minhas relações interpessoais. Às vezes, me sentia infantil demais em algumas situações. Comecei a faculdade de Psicologia e conversando com uma grande amiga psicóloga, fui alertada a procurar uma neurologista, que me deu o diagnóstico”, conta.

“Era bem difícil porque meu marido não entendia a minha hiperatividade mental e física e não conseguia me acompanhar. Por outro lado, eu não conseguia lidar com a calmaria dele. Mas nosso amor sempre falou mais alto”, explica.

Por conta do diagnóstico tardio, Suzana estava quase desenvolvendo uma depressão crônica. Ela teve que abrir uma exceção na sua rotina mais naturalista para seguir a orientação médica e tomar a medicação tradicional que agilizasse o efeito do tratamento.

“Sou naturalista e não tomo remédios. Meu remédio é minha alimentação, aquilo que Deus criou na natureza. Por descobrir um TDAH tardio, na fase adulta, já tinha muitas sequelas e precisava correr contra o tempo, pois já estava com uma ansiedade crônica muito significativa. Então, minha neurologista, diante de todos os testes que fiz e de seus resultados, me convenceu. Isso não significa que precisarei usar a medicação para o resto da vida. Acredito na terapia multidisciplinar e no desenvolvimento humano comportamental em qualquer idade”, explica.

Sair da versão mobile