Cintia Tucunduva, delegada que investigou o caso von Richthofen em 2002, comentou o terceiro filme da série “A Menina Que Matou Os Pais”, recém lançado em streaming. A delegada avalia, em vídeos postados em seu perfil no Instagram, que este é o melhor longa da série, pois os outros dois ficaram “fora da realidade”.
Cintia diz que, desta vez, a investigação foi bem retratada, mas aponta uma diferença no temperamento de Suzane von Richthofen no filme e na vida real. “Não me recordo da cena em que a Suzane pede perdão ao irmão. Eu não me recordo de nenhum momento dela relativo à compaixão, a perdão, a arrependimento”, ela diz.
Ela também responde a um seguidor que questiona se Suzane gritou ao ser presa, como retratado em uma cena do novo filme. Isso não aconteceu na vida real, segundo ela. “A Suzane não teve demonstração de gritos e desespero no momento em que foi presa. Durante toda a investigação, não demonstrou nenhum sentimento”, afirma Cintia Tucunduva.
A delegada aponta um detalhe sinistro de frieza: a reação de Suzane, ao invés dos gritos do filme, foi perguntar se podia dormir no sofá da delegacia enquanto era preparada uma minuta de prisão temporária.
“Deitou para dormir no sofá, e eu pensei ‘Nossa, eu nunca vi isso’. Ela estava totalmente desacreditada que o crime fosse esclarecido ou o que fosse acontecer alguma coisa a ela. Deu essa impressão”, diz Cintia. Os vídeos postados no Instagram da delegada na quarta, 1, e na quinta, 2, têm a participação da filha dela, Stella. Veja:
Delegada elogia filme
“Achei o filme bem interessante”, comenta Cintia no primeiro vídeo. “Ele foi feito na ótica da observadora que estava com uma autorização para acompanhar as nossas investigações. Foram pontuados os pontos principais, ficando claro que, num primeiro momento, tudo levava a crer que quem cometeu o crime era alguém familiarizado com a rotina da casa”, diz.
Ela explica: “Um dos detalhes é a jarra amarela, o saco de lixo e da faca. Eles foram importantes porque quem pegou esses utensílios, esses objetos, sabia onde eles estavam e não fizeram nenhuma desordem na casa. Então, a gaveta que foi retirada a faca, a gaveta da cozinha, estava em ordem, inclusive fechada, o saco de lixo [utilizado] estava em um saco de supermercado com os outros saquinhos na despensa, tudo juntinho, organizado.”
Um dos seguidores elogia o vídeo e ela responde a ele: “Esse filme foi o melhor. Os outros ficaram fora da realidade. Foi uma investigação intensa, com muita cobrança e pressão, mas valeu a pena. Resultado super positivo.”
Novo filme
O terceiro e último filme da tríade do caso, A Menina Que Matou Os Pais – A Confissão está disponível pelo Prime Vídeo. Estrelado por Carla Diaz, Leonardo Bittencourt, Allan Souza Lima e Bárbara Colen, a produção é um destaques da plataforma de streaming. Ela é a mais vista no serviço no Brasil há seis dias.
O ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo, José Masi, desempenhou um papel crucial na elucidação do crime. Ele notou comportamentos estranhos em Suzane e Daniel, como a falta de desespero e a cumplicidade evidente entre eles. A investigação levou à descoberta de evidências que contradiziam a versão inicial de um roubo, como joias da família supostamente “roubadas” encontradas no lixo da mansão.
A cena do crime foi meticulosamente alterada para simular um roubo, mas detalhes como sacos de lixo usados para cobrir o rosto das vítimas levantaram suspeitas. A investigação revelou que o crime foi planejado e executado com a ajuda de Suzane, que tinha conhecimento íntimo da casa e das rotinas dos pais.
A motivação para o crime foi a hostilidade dos pais de Suzane em relação ao namoro dela com Daniel. A denúncia do Ministério Público de São Paulo detalhou os acontecimentos da noite do crime, descrevendo como Suzane, Daniel e Cristian entraram na casa, atacaram o casal com porretes e depois tentaram encenar um roubo. Os três foram presos, confessaram o crime e foram condenados.