É bem Belém
nos cantos das ruas
unhas e pupunhas,
“muambas” e “mumunhas”…
camelôs num vai-e-vem.
É tão Belém
frondosas mangueiras
sombreando feiras,
praças, largos, beiras…
tudo o que convém.
Comentando o encantamento que Belém do Pará me proporciona, incluo um dos versos de “Nato” Azevedo a respeito da bela cidade da Amazônia. Estou mencionando na coluna de O Sul, comentários a respeito do Cozinha de Origem, do chef
, do clã Castanho que dirige dois restaurantes, o Remanso do Peixe do Peixe e o Remanso do Bosque, que já têm o reconhecimento internacional, como casas de qualidade.
A culinária do Pará, única a representar com autenticidade o Brasil, principalmente pelo tempero indígena, é uma das razões pelas quais os visitantes se apaixonam pela cidade.
Minha única decepção, na primeira visita a capital paraense foi não ter conseguido um autêntico Muiraquitã, lendário amuleto originário da busca das belas indígenas, em noite de luar, nos lagos da Amazônia. Garimpavam pedras verdes que eram modeladas na forma de sapo, posteriormente oferecidas a seus amados para garantir boa sorte.
Mario de Andrade fez o primeiro registro do Muiraquitã no seu inesquecível livro “Macunaima”. Por este desejo não realizado, ainda, sempre sonho voltar a Belém. A cidade, onde a concordância do verbo usado na segunda pessoa é perfeita, têm gente bonita e diferente como Gilda Medeiros, a Miss Pará que ficou em segundo lugar no ano da escolha de Martha Rocha. Linda e estranha foi um desafio pelo tipo de índia, que os brasileiros ainda não aprenderam a admirar devidamente.
Os petiscos do Pará me conquistaram definitivamente e apresento para vocês o prato “Peixe frito com açaí” que aparece na reprodução de uma das ilustrações do livro do chef Thiago Castanho. A pequena cuia junto aos peixes está cheia de polpa de açaí pura. O açaí, para o povo de Belém, é um alimento da mesma importância do feijão e do arroz. O sabor neutro dessa fruta amazônica se adapta tanto a pratos doces como salgados.