Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aproveitou a participação em um encontro com líderes do PL para criticar o governo Lula (PT) e reforçar o discurso de apoio à candidatura de Jair Bolsonaro para o pleito de 2026 – sem fazer menção ao fato de o ex-presidente estar inelegível até 2030.
Embora sem se referir diretamente à pesquisa Datafolha que expôs a crise de popularidade da gestão petista, Tarcísio disse que as pessoas estão vendo “como o Brasil andou para trás em tão pouco tempo”.
O levantamento divulgado na última sexta (14) apontou que a a aprovação de Lula caiu em dois meses de 35% para 24%, chegando a um patamar inédito para o petista em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A reprovação também é recorde, passando de 34% a 41%.
Aliado de Bolsonaro, Tarcísio é visto como alternativa da direita caso o ex-presidente não consiga mudar a atual situação e se mantenha impedido de disputar o Palácio do Planalto.
“Nossa responsabilidade é trabalhar para que em 2026 a prosperidade e a esperança retornem. E a nossa esperança é a maior liderança da direita, que hoje está no PL e que vai voltar a ser o nosso presidente da República, que é Jair Messias Bolsonaro”, disse.
O ex-presidente foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em dois processos, por mentiras e ataques ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores e pelo uso eleitoral do 7 de Setembro de 2022.
Nessa segunda-feira, Tarcísio contou sobre o episódio em que o então presidente pediu para que ele concorresse ao Governo de São Paulo. Em tom de gratidão pela confiança depositada, ele costuma repetir essa história em eventos públicos.
O governador relembrou os anos de governo Bolsonaro, quando era ministro da Infraestrutura. Segundo ele, entre 2019 e 2022, o Brasil avançou economicamente mesmo enfrentando crises como uma seca prolongada e a pandemia da Covid-19 (quando o ex-presidente minimizou a gravidade do coronavírus e criticou as vacinas, encampando teses negacionistas).
“Hoje as pessoas estão olhando para trás e vendo o seguinte: como a gente era feliz, como a gente está agora, como o Brasil andou para trás em tão pouco tempo. Conseguiram ter as estatais dando prejuízo, conseguiram arrebentar as contas públicas, conseguiram trazer a inflação de volta”, afirmou Tarcísio, ao criticar a gestão Lula.
Lula e Tarcísio se encontraram na semana passada para uma reunião no Palácio do Planalto. O encontro, que ocorreu pela manhã, não constava na agenda de nenhum dos dois.
A reunião já era esperada desde o final de janeiro, como a Folha mostrou. A justificativa para a audiência seria definir quem, afinal, vai fazer a licitação do Túnel Santos-Guarujá.
Nessa segunda, o governador incentivou os correligionários do PL e de outros partidos aliados presentes ao evento a se unirem para que o estado de São Paulo entregue “uma vitória contundente e esmagadora para o presidente Bolsonaro lá em 2026”.
Apesar das especulações, até o momento o governador afirma publicamente que disputará reeleição em São Paulo, não a Presidência.
“Eu sou muito fiel àqueles que me elegeram. Eu tive um grande apreço da população de São Paulo que me acolheu, e nós temos projetos muito interessantes para entregar em 28, em 29, em 30. O que me motiva a ficar em São Paulo? A entrega desses projetos”, disse o governador em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, em dezembro de 2024. (Folhapress)