Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2015
É com orgulho que Tarcísio Meira enfatiza as palavras “minha mulher” ao se referir a Glória Menezes, com quem está casado há 52 anos. O carinho é retribuído em igual medida pela atriz. Glória faz questão de ajeitar o cabelo de Tarcísio antes de eles posarem para as fotos. A história do casal, que se mistura à da TV brasileira, começou por trás das câmeras. Aliás, por trás das cortinas, em 1960, quando ele a viu pela primeira vez.
“Estava ensaiando a peça “As Feiticeiras de Salém”, dirigida por Antunes Filho e, de repente, passou aquela coisinha linda. Eu falei: “O que é isso?”. Algum tempo depois, fomos chamados para fazer um teleteatro, “Uma Pires Camargo” (1961), e ficamos amigos — relembra ele, que, pouco adiante, deu a cartada final: — Quando ela lançou o filme “O Pagador de Promessas” (1962) em Cannes, mandei flores e um cartão escrito “volte, volte, volte”.
No ano seguinte, eles foram os protagonistas da primeira novela diária do país, “2-5499 – Ocupado”, na TV Excelsior. E, em 1967, inauguraram a faixa das 20h da TV Globo com “Sangue e Areia”.
“Eu me lembro que o Tarcísio vivia um toureiro e gravava as cenas no terraço do prédio da Globo no Jardim Botânico, e o pessoal que morava nos edifícios ao lado ficava na janela vendo ele tourear uma bicicleta e gritando ‘olé!'”, conta Glória. “Às vezes, me sentia muito ridículo”, admite ele.
De lá para cá, os dois dividiram a cena em mais de 15 trabalhos, como a novela “Irmãos coragem” (1970) e o seriado “Tarcísio & Glória” (1988).
“No set, ele é o Tarcísio Meira, e eu sou a Glória Menezes, não somos casados. Em casa, cada um tem um sistema de decorar. Batíamos o texto muito raramente. E víamos os personagens no estúdio, como se cada um estivesse vindo da sua casa. Dividir a casa e o trabalho, aliás, nunca foi um problema.
“As pessoas falam: ‘Não pode ser casado e ter a mesma profissão’. Acho que o fato de termos a mesma profissão ornou a nossa relação. Isso nos alicerça”, afirma Tarcísio.
Por outro lado, o casal tem personalidades diferentes, o que resulta em um equilíbrio.
“Sou muito mais apressada do que ele”, exemplifica ela. “Tarcísio me baixa a bola. Sou uma ventoinha. Ele me dá segurança e calma para olhar as coisas antes de fazer.” Esse contraponto é importante.Talvez esse seja o tal segredo para tantos anos de união, apesar de a atriz dizer que o desconhece:
“Não tem receita. Se tivesse, eu estaria riquíssima. A única coisa que faz a gente viver 52 anos junto é uma palavrinha: amor. Amo o Tarcísio, tenho prazer de estar com ele. A gente ainda se paquera muito. Ainda tem muito romance”, entrega Glória, enchendo o marido de elogios. “Sempre o achei um gato. Ele se tornou um senhor maravilhoso.” (AG)