Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2025
Tarcísio disse que seu padrinho político "jamais compactuou" com qualquer tentativa de golpe.
Foto: Alan Santos/PRO governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como líder de um suposto plano golpista. No X, o antigo Twitter, Tarcísio disse que seu padrinho político “jamais compactuou” com qualquer tentativa de golpe.
“Jair Bolsonaro é a principal liderança política do Brasil. Este é um fato. Jair Bolsonaro jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do estado democrático de direito. Este é outro fato. Estamos juntos, presidente”, escreveu Tarcísio.
Na terça (18), Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pelo procurador-geral Paulo Gonet no inquérito do golpe. Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Os crimes imputados ao ex-presidente podem render a ele uma pena de mais de 43 anos de prisão.
A defesa do ex-presidente afirmou que as acusações são precárias e que não há provas contra ele. “Nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”, diz a manifestação.
Bolsonaro foi denunciado pela PGR por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Caso a acusação seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e resulte em condenação, as penas somadas podem chegar a 43 anos de prisão.
Ao longo das 272 páginas da denúncia apresentada, a PGR elencou fatos, evidências e depoimentos de investigados, como o do ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e conclui que Bolsonaro e outras 33 pessoas, incluindo ex-ministros e militares de alta patente, agiram para minar a confiança popular no sistema eletrônico de votação e nas instituições democráticas brasileiras.
Com base no inquérito da Polícia Federal (PF) que, em novembro de 2024, indiciou Bolsonaro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A PGR sustenta que o ex-presidente não só tinha conhecimento, como participou de várias das ações arquitetadas para a consumação do golpe de Estado, incluindo o suposto plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Os fatos narrados ao longo desta peça acusatória não deixam dúvidas de que o cenário de instabilidade social identificado após o resultado das eleições de 2022 foi fruto de uma longa construção da organização criminosa que se dedicou, desde 2021, a incitar a intervenção militar no país e a disseminar, por múltiplos canais, ataques aos poderes constitucionais e a espalhar a falsa narrativa do emprego do sistema eletrônico de votação para prejudicar Jair Bolsonaro”, afirma o procurador-geral da República, Paulo Gonet. (Estadão Conteúdo)