Quinta-feira, 17 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2025
O tarifaço de Donald Trump, que chegou a 104% para produtos da China nessa terça-feira (8), está gerando correria nos consumidores americanos para comprar iPhones com a tabela antiga. Embora a Apple não tenha anunciado mudanças nos valores, a expectativa é de que os aparelhos sofram algum tipo de remarcação já que 90% da produção do celular é feita na Ásia – a maioria na China.
Segundo a agência de notícias Bloomberg, turistas e clientes americanos correram para as lojas para garantir aparelhos antes que os preços subam. Os funcionários do varejo compararam o movimento com a época de festas de final do ano, quando tradicionalmente a Apple vende mais telefones — no último final de semana, as lojas dos EUA registraram um aumento de vendas.
Um funcionário, que pediu para não ser identificado, disse à Bloomberg que quase todos os clientes o perguntaram se o preço subirá em breve. “Acho que todo mundo está aqui por causa do medo. Se temos oportunidade de comprar algo mais barato, claro que vamos comprar”, disse Ambar De Elia, uma turista argentina que está em Nova York, à Bloomberg.
Entre as principais empresas de tecnologia do mundo, a Apple é a que está mais sofrendo devido a sua cadeia de produção estar instalada na Ásia. Em poucos dias, a empresa já perdeu mais de US$ 500 bilhões de valor de mercado.
Nessa terça-feira, 8, Donald Trump aumentou ainda mais os impostos sobre a China, passando de 54% para 104%, o que deve aumentar ainda mais as perdas da empresa. Assim, a gigante planeja levar mais aparelhos fabricados na Índia para os EUA — o país não escapou do tarifaço, mas a taxa de 26% é bem mais baixa do que a barreira contra aparelhos chineses.
O tarifaço de Trump tinha objetivo de reanimar a indústria americana, forçando as empresas a fabricar nos EUA. No entanto, segundo analistas, transferir a produção de iPhone para o país não seria um bom negócio, valendo ainda, encarar as tarifas sobre países como a Índia, por exemplo.
Entretanto, a secretaria de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, pensa diferente, e reforçou a ideia de que os aparelhos podem ser fabricados no país. “Se a Apple não acreditasse nisso, não teria investido US$ 500 bilhões nos EUA”, disse. Analistas, no entanto, não acreditam na viabilidade de um iPhone produzido nos EUA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.