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Economia Tarifas de Trump já afetam empresas americanas: companhias que importam produtos da China arcam com custos maiores e temem ter que repassar preços ou paralisar encomendas

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Trump prometeu aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas a partir desta terça-feira. (Foto: Reprodução)

De sua casa em Phoenix, Erica Campbell está aguardando que um navio de carga da China entregue uma remessa de milhares de bonecos de chocalho de Jesus, ovos de Páscoa de lata, cobertores para bebês com temas religiosos e 15.000 pacotes de curativos Jesus Heals.

Com 36 anos, ela é dona da Be a Heart, empresa de produtos católicos, e pagou a fornecedores chineses que fabricam aqueles itens meses atrás. As caixas foram carregadas em um contêiner antes que o presidente Donald Trump impusesse uma nova tarifa de 10% sobre todas as importações chinesas em 1º de fevereiro.

Ela está preocupada com mais tarifas americanas que estão por vir:Não consigo imaginar o que vai acontecer. Estou em alerta máximo.”

O fato de Trump ter como alvo a China colocou milhões de pequenas empresas em uma situação turbulenta. Durante décadas, as empresas americanas projetaram produtos nos Estados Unidos e recorreram às fábricas chinesas para produzi-los de forma eficiente e econômica.

É assim que a Apple produz iPhones e como uma empresária como Campbell, mãe de três filhos, opera um negócio que, segundo ela, gera US$ 2 milhões por ano em vendas a partir de sua cozinha.

O jornal The New York Times ouviu cerca de cem empresas que importam da China sobre como as tarifas do presidente as estavam afetando. Elas são uma amostra representativa de empresas que se esforçam para se inserir na economia global: empresas que fabricam cartões comemorativos, jogos de tabuleiro, calçados para atividades ao ar livre, cabides, porta-retratos digitais, equipamentos para café, brinquedos, vitrais e eletrônicos personalizados.

Vários temas surgiram. As empresas americanas, e não os fornecedores chineses, estão arcando com o custo das tarifas. Muitas disseram que teriam que aumentar os preços para compensar as despesas.

Algumas falaram de uma sensação de paralisia nos negócios: elas têm medo de fazer planos em meio à imprevisibilidade de novas tarifas. Temem transferir a produção para fora da China, já que nenhum país parece imune.

Recorrer a alternativas nacionais geralmente não é viável porque são mais caras, a qualidade é inferior e há menos opções. Por fim, reinventar completamente sua cadeia de suprimentos seria um empreendimento enorme para as empresas, exigindo tempo e despesas que elas não têm.

Trump prometeu aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas a partir desta terça-feira (4), o mesmo dia em que as tarifas sobre o México e o Canadá devem começar. O status de ambos os países como importantes pontos de passagem para os produtos chineses e a perspectiva de retaliação dão aos proprietários de pequenas empresas mais um motivo para se preocupar.

A partir de 12 de março, haverá uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados – dois metais cuja produção é dominada pela China. E as autoridades comerciais dos EUA estão propondo a imposição de taxas sobre as embarcações chinesas que aportarem nos portos americanos, o que pode aumentar os custos de transporte vindo do país asiático.

As tarifas são um duro golpe para a Julianna Rae, uma empresa que vende roupas de dormir de seda de alta qualidade, porque todos os seus produtos são fabricados na China. Com sede em Burlington, Massachusetts, a empresa projeta robes, pijamas e camisolas de seda que são produzidos na China. Ela importa os produtos para os Estados Unidos e os vende em seu site e na Amazon.

Os proprietários da empresa, Bill Keefe e Juli Lee, avaliam a possibilidade de adiar algumas remessas na esperança de que Trump possa reverter o curso de suas tarifas.

Mas adiar pedidos é um risco. Lee, 56 anos, se preocupa com a possibilidade de não ter produtos disponíveis para os clientes. Seus fornecedores chineses, que já estão se sentindo prejudicados por uma economia doméstica lenta, ficarão sobrecarregados por manterem estoques por períodos mais longos.A incerteza é realmente difícil para ambos os lados.”

Em última análise, a despesa adicional pode ter que ser repassada ao consumidor. Keefe, 71 anos, disse que o preço de um popular conjunto de pijama de seda, vendido por US$ 300, pode aumentar US$ 15.

No entanto, a empresa de 20 anos não tem muita escolha a não ser permanecer na China. Existem instalações de fabricação de seda em outros países, como Sri Lanka, Índia, Coreia do Sul e Tailândia, mas “o melhor maquinário, a melhor expertise, a capacidade de produzir produtos de qualidade a um bom preço estão localizados na China”, diz Keefe.

Custos mais altos

Para as empresas dispostas a transferir a produção para os Estados Unidos, o desafio é encontrar uma fábrica.

Erika Campbell, da Be a Heart, disse estar pensando em repassar parte dos custos adicionais das tarifas para seus clientes. No entanto, ela está relutante porque seus produtos não são essenciais e seus clientes são famílias como a dela, que já estão lidando com custos mais altos de mantimentos e gasolina.

A possibilidade de tarifas de importação chinesas ainda mais altas a deixa em pânico.Acho que as pessoas não entendem o que isso significa. Não apenas para o meu negócio, mas na vida. Como vamos pagar, já que tudo vem da China?”, questiona. As informações são do jornal The New York Times.

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