Quarta-feira, 19 de março de 2025

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Economia Taxa básica de juros, a Selic deve atingir nesta quarta o maior patamar desde 2016

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Mercado financeiro é unânime em projetar que o Copom deve elevar a taxa de juros em 1 ponto porcentual, para 14,25% ao ano. (Foto: Reprodução/Copom)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne até esta quarta-feira (19), deve elevar a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, segundo projeção unânime do mercado. Com isso, a taxa vai a 14,25% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2016 (quando também estava em 14,25%). O aumento dos juros, desde o início do ciclo de altas, chegará a 3,75 pontos.

A dúvida é o que vem pela frente. A avaliação dos analistas é a de que o comitê vai abandonar o forward guidance na sua comunicação. Ou seja, vai deixar de comunicar os próximos passos da política monetária e condicionar as próximas decisões à evolução dos dados econômicos — ou ficar mais data dependent, no jargão do mercado. A maior parte dos analistas projeta que o ciclo de alta termine com a Selic em 15%, mas a avaliação é a de que o BC quer deixar as portas abertas para qualquer ajuste.

“O Copom deve migrar para uma comunicação mais data dependent, buscar a sua flexibilidade, porque é isso que normalmente se faz quando se aproxima do fim do ciclo”, diz a CEO e economista-chefe da consultoria Buysidebrazil, Andrea Damico. “Não faz sentido dar um guidance agora, mas ele ainda precisa ser duro, para o mercado não achar que não vai aumentar os juros na reunião seguinte.”

Para Damico, o Copom deve repetir a mesma sinalização dada em janeiro. Na última ata, o comitê disse que, para além de março, “a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta” e vai depender da evolução das suas projeções e das expectativas de inflação, do hiato do produto (o espaço para a economia crescer sem pressionar a inflação) e do balanço de riscos (os fatores que podem fazer a inflação ficar acima das projeções ou abaixo delas).

Os economistas consultados pelo Estadão/Broadcast veem várias razões para que o comitê adote uma postura data dependent. Depois da rápida elevação de 3 pontos porcentuais nos juros desde dezembro, e em meio à incerteza doméstica e externa, o BC deve buscar flexibilidade para ajustar os seus passos à evolução do cenário nos próximos meses, eles dizem.

Desde a última reunião, a economia deu sinais mais fortes de esfriamento, com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescendo abaixo do esperado no quarto trimestre e a maioria dos indicadores de alta frequência (que mostram a atividade econômica em prazos mais curtos) mostrando desempenho menor do que o previsto em janeiro. O mercado já reduziu as estimativas para o PIB de 2025.

Recentemente, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse que há sinais de moderação na economia, mas ponderou que é cedo para cravar uma tendência. Ele afirmou que é importante acompanhar a evolução dos números para traçar os cenários de inflação.

A cotação do dólar também mostrou algum alívio, caindo da casa dos R$ 6,00 para abaixo de R$ 5,80. Os preços de commodities (matérias-primas com cotação internacional) — em especial, do petróleo — também diminuíram, sugerindo uma menor pressão sobre a inflação. “Muito provavelmente, o modelo do BC deve mostrar uma queda de 0,2 a 0,3 ponto porcentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no horizonte relevante, voltando de 4% para 3,8%”, afirma Damico.

Em contrapartida, as expectativas de inflação do mercado continuaram subindo, de 5,50% para 5,66% em 2025 e de 4,22% para 4,48% em 2026. A inflação corrente não deu sinais de trégua: o IPCA acumulado em 12 meses acelerou de 4,56% em janeiro para 5,06% em fevereiro, 0,56 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. A inflação de serviços subjacentes avançou de 5,95% para 6,22%.

O cenário externo também continua incerto, diante da ampla aplicação de tarifas pelo governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, com efeito ainda desconhecido sobre a inflação e a atividade global. Também há dúvidas sobre como os bancos centrais desenvolvidos — em especial, o Federal Reserve (Fed, dos EUA) — vão reagir às mudanças.

“O BC ainda precisa fazer um pouco na política monetária antes de poder parar e observar”, diz o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano. Ele espera que o Copom sinalize nesta reunião um ajuste de menor magnitude dos juros em maio, mas reconhece a chance de que os próximos passos fiquem em aberto. “Ainda precisamos de mais informações sobre a atividade para caminhar para um balanço de riscos mais simétrico.”

Serrano espera alta da Selic a 14,75% no fim do ciclo, com um último ajuste de 0,50 ponto em maio. (Estadão Conteúdo)

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https://www.osul.com.br/taxa-basica-de-juros-a-selic-deve-atingir-nesta-quarta-o-maior-patamar-desde-2016/ Taxa básica de juros, a Selic deve atingir nesta quarta o maior patamar desde 2016 2025-03-18
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