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Geral Taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano: entenda por que a decisão unânime anima o mercado

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Diretores do Copom e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)

Após sete reduções seguidas na taxa básica de juros brasileira, a Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes na quarta-feira (19).

Com isso, o colegiado manteve os juros básicos do país inalterados no patamar de 10,50% ao ano (a.a.). A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano.

Para analistas, tão importante quanto a própria decisão do colegiado foi o fato de ela ter sido unânime. Votaram para manter a Selic no atual patamar todos os diretores do Copom e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem sido alvo de críticas do presidente Lula (PT).

A reunião anterior do colegiado (em 8 de maio) foi marcada por uma divisão de votos: os antigos diretores queriam um corte de 0,25 pontos percentuais na taxa de juros, enquanto os novos diretores, indicados por Lula, votaram por um corte maior, de 0,50 ponto. O voto de minerva foi do presidente do BC — concretizando, então, o corte de 0,25 ponto.

Aquele cenário elevou os receios do mercado de que os novos diretores pudessem optar por uma condução mais frouxa da política monetária — em linha com o que quer o governo. Por isso, a nova decisão do Copom, mais dura e unânime, foi vista com alívio por investidores.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, o movimento sugere que os novos diretores, indicados pelo presidente Lula, estão alinhados com uma postura mais cautelosa do Copom neste momento.

“Sendo assim, o mercado deve pedir menores prêmios na curva de juros, uma vez que um dos riscos para a decisão desta quarta-feira era uma percepção de leniência dos novos diretores. Isso, portanto, deve contribuir para a queda das taxas de juros e do câmbio”, diz.

Ainda segundo Borsi, esse alívio nos juros e no câmbio deve reduzir também a pressão de venda na bolsa de valores brasileira, contribuindo para uma recuperação do Ibovespa, principal índice acionário.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, lembra que as declarações recentes do presidente Lula contra o Banco Central e o presidente da autoridade monetária, Campos Neto, deixaram o mercado ainda mais preocupado com a decisão desta quarta.

Em entrevista à Rádio CBN na terça-feira (18), Lula disse que o Banco Central é a “única coisa desajustada” no Brasil e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, “trabalha para prejudicar o país”.

“O receio era se, nessa reunião, teríamos uma divisão de ala governista contra ala técnica, se ocorreria aquele dissenso da reunião anterior. Mas não foi o que aconteceu. Então, o cenário fortalece a expectativa para novas decisões, indicando que elas vão ser sempre apoiadas em fatores técnicos e não políticos”, afirma Agostini.

A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, também acredita que a decisão unânime tende a colaborar com um alívio no mercado, mesmo que “momentâneo”.

“Essa unanimidade pode contribuir para um alívio momentâneo no mercado, tirando um pouco do foco o fato de haver uma divisão política no Banco Central”, diz.

Ela pondera, no entanto, que isso “não deverá ser suficiente para tirar do radar uma preocupação central”. “Teremos um BC mais leniente com a inflação a partir de 2025?”, questiona.

Em análise divulgada após o anúncio do Copom, a Guide Investimentos destacou que, apesar da interrupção do ciclo de queda da Selic, a decisão deve ser bem recebida pelo mercado, uma vez que “a postura dura e a unanimidade reforçam o comprometimento do BC com as metas de inflação”.

“Ao interromper o ciclo em votação unânime e manter uma linguagem dura no que diz respeito às próximas decisões, o BC deu um passo importante para ‘retomar a confiança’ dos investidores”, informou a corretora. As informações são do portal de notícias G1.

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