Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2024
Nesta semana, o Copom optou unanimemente por aumentar a taxa de juros para 12,25% ao ano.
Foto: ABrApós acelerar o ritmo do aperto monetário na última reunião deste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que também deve elevar a Selic em 1 ponto percentual (p.p.) nas duas próximas reuniões, que acontecem em janeiro e março de 2025.
Na quarta-feira (11), o Copom optou unanimemente por aumentar a taxa de juros para 12,25% ao ano. Com a indicação futura, os juros devem subir para o patamar de 14,25%, após o encontro de março.
“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, dizem.
Os diretores dizem que o cenário mais recente é marcado por: desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto. Isso “exige uma política monetária ainda mais contracionista”.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pelo Relatório Focus encontram-se em torno de 4,8% e 4,6%, respectivamente. Já a projeção do Copom para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante, situa-se em 4%.
Segundo o Comitê, a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Com mais uma alta da Selic, o Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo. O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do País ficaram em 9,48%. O líder do ranking é a Turquia, com taxa real de 13,33%.
Na última divulgação, em novembro, o Brasil ocupava a terceira posição da lista. Fatores como o risco fiscal, o câmbio, a inflação e os receios em relação ao pacote de corte de gastos do governo pressionaram o fechamento da taxa real de juros, informou o MoneYou.
Nesta edição do ranking, destaque também para a Argentina, que saltou da última para a 28ª colocação e retornou aos juros reais positivos após “muitos anos”. O movimento é resultado das quedas na taxa de juros e na inflação do país. Agora, a lanterna do ranking ficou com a Holanda.