Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2015
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) se reuniu nessa quarta-feira e decidiu manter novamente a taxa Selic (básica de juros) inalterados em 14,25% ao ano – o maior patamar em mais de nove anos. Esta foi a terceira manutenção seguida dos juros pelo BC, que parou de subir o índice em setembro.
A decisão, porém, não foi unânime. Dois dos diretores – Tony Volpon, Assuntos Internacionais, e Sidnei Corrêa Marques, de Organização do Sistema Financeiro – votaram pelo aumento dos juros, para 14,75% ao ano, mas foram vencidos pela maioria. Outros cinco diretores e o presidente da instituição, Alexandre Tombini, optaram pela manutenção. A última vez que o Copom não tomou uma decisão unânime foi em outubro do ano passado. O Copom dividido é um sinal de que o BC está mais preocupado com as pressões inflacionárias, com a previsão do mercado para 2016 já superando o teto de 6,5% do sistema de metas, e que pode voltar a subir a taxa Selic nos próximos meses.
A decisão do BC de manter novamente os juros estáveis confirmou expectativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro. A percepção de que a taxa seria mantida tinha por base a mudança do foco da política monetária, de tentar atingir a meta central de inflação de 4,5% em 2017. Ao subir os juros ou mantê-los elevados, o BC tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação, que tem mostrado resistência neste ano por conta da alta do dólar, que supera 40% e encarece insumos e produtos importados, e dos preços administrados (telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros).
