As taxas de juros das operações de crédito continuam a subir em setembro, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade). É a décima alta seguida, após oito meses de queda até novembro de 2020.
Todas as seis linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas pesquisadas aumentaram as taxas de juros no mês (cartão de crédito, cheque especial, juros do comércio, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e financeiras).
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Aefac, as elevações acontecem por causa do aumento dos juros futuros, a expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior, pela provável elevação dos índices de inadimplência e ainda o anúncio das elevações dos impostos das instituições financeiras da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido em 2021.
“Essa provável inadimplência pode ocorrer por causa do fim das carências nos empréstimos, desemprego elevado, fim do pagamento dos auxílios emergenciais, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito”, afirma Oliveira.
Pessoa Física
Houve aumento de 0,07% no mês (1,61% no ano), passando de 6,06% ao mês (102,59% ao ano) em agosto para 6,13% ao mês (104,20% ao ano) em setembro. É a maior taxa de juros desde dezembro de 2019.
Pessoa Jurídica
Houve elevação de 0,04% no mês (0,69% no ano), passando de 3,25% ao mês (46,78% ao ano) em agosto para 3,29% ao mês (44,47% ao ano) em setembro. É a maior taxa de juros desde setembro de 2019.
Taxa de juros x Selic
Considerando todas as elevações da Selic feitas pelo Banco Central desde janeiro deste ano, houve uma elevação de 4,25%, passado de 2% em janeiro para 6,25% ao ano em setembro.
Neste período, a taxa de juros média para pessoa física subiu 11,61%, de 92,59% ao ano em janeiro para 104,20% ao ano em setembro.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 6,27 pontos percentuais (elevação de 15,22%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 47,47% ao ano em setembro/2021.
Projeção
Segundo Oliveira, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito continuem subindo nos próximos meses. Os motivos são a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da taxa básica de juros (Selic) frente a uma inflação maior, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito continuem subindo. As informações são do portal de notícias G1.