Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de outubro de 2024
Em todo o mundo, cerca de 2% a 5% dos adultos apresentam sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), como desatenção, hiperatividade e impulsividade. Um novo estudo americano mostra que cerca de 15,5 milhões de adultos nos EUA têm a condição e a maioria deles tem dificuldade para obter acesso ao tratamento.
Apenas cerca de um terço dos que relataram um diagnóstico de TDAH disseram ter recebido a prescrição de um medicamento no ano anterior e quase três quartos das pessoas com receita para um medicamento relataram dificuldade em obtê-lo porque o medicamento não estava disponível, segundo pesquisadores no Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
As estimativas do estudo são baseadas em dados de pesquisa rápida do National Center for Health Statistics coletados entre outubro e novembro de 2023. Participaram da pesquisa, cerca de 7 mil adultos com 18 anos ou mais.
Um dos remédios citados é a anfetamina, comumente vendido sob a marca Adderall. Segundo os cientistas, as prescrições desse fármaco aumentaram desde o início da pandemia de COVID-19, mas a escassez deste e de outros medicamentos estimulantes afetou os pacientes que dependem deles.
No Brasil, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) pode afetar até 7% da população. É um dos transtornos que afetam o neurodesenvolvimento mais comuns em crianças. Seu início é sempre na infância, embora ele possa ser identificado em alguns casos apenas de forma tardia, na adolescência ou na fase adulta. Na pesquisa, por exemplo, 55% dos portadores da condição disseram que foram diagnosticados quando adultos.
Os meninos são mais propensos a apresentarem TDAH. O distúrbio não tem cura, mas em alguns casos os sintomas podem melhorar na fase adulta. Porém, de 50% a 60% dos pacientes continuam a apresentar as manifestações do transtorno quando mais velhos.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), um sinal de alerta é quando a criança manifesta ao menos seis sintomas de desatenção ou de hiperatividade e impulsividade, durante pelo menos seis meses e de forma inadequada para o seu nível de desenvolvimento.
No caso de maiores de 17 anos, ao menos cinco sintomas em uma das áreas já são suficientes. Nessas situações, é necessário buscar um especialista, como um psiquiatra, um neurologista ou um neuropediatra, que poderá fazer uma análise do caso e fornecer o devido diagnóstico.
Segundo a pesquisa realizada pelo CDC, as políticas de telessaúde implementadas durante a pandemia de COVID-19 expandiram o acesso ao diagnóstico e tratamento do TDAH. Quase metade das pessoas que participaram da pesquisa recorreram a serviços de telessaúde para cuidados relacionados ao TDAH.
Tratamento
O tratamento do TDAH geralmente envolve uma combinação de psicoterapia e medicamentos, como o metilfenidato (Ritalina) ou antidepressivos. Entre crianças, os remédios costumam ser evitados se possível, por serem pacientes que ainda estão passando por um processo de desenvolvimento.
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Além disso, nessa faixa etária, pode haver a necessidade de uma equipe multidisciplinar, a depender dos sintomas. Crianças com problemas para se comunicar, por exemplo, podem precisar do acompanhamento de um fonoaudiólogo.
Reduzir o consumo de estimulantes, como açúcar e cafeína, e ter uma rotina de atividades físicas intensas também são práticas que podem ajudar no controle dos sinais. Mas somente o médico poderá indicar o melhor tratamento para cada paciente.