Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de março de 2025
Os recordes de bilheteria da Broadway estão sendo quebrados em sequência nesta temporada, com um punhado de peças estreladas por astros de Hollywood induzindo os fãs a pagarem preços altíssimos para ver seus ídolos de perto.
Após o sucesso de “Othelo”, com Denzel Washington e Jake Gyllenhaal, agora foi a vez “Boa noite, e boa sorte”, estrelada por George Clooney, bater seu próprio recorde. A peça arrecadou US$ 3,3 milhões na semana passada, maior bilheteria de uma peça não musical durante uma única semana na Broadway. E fez isso com uma semana de apenas sete apresentações: a montagem ainda está em pré-estreias, sem as oito apresentações típicas da Broadway.
O recorde anterior foi estabelecido apenas duas semanas antes por “Otelo”, que arrecadou US$ 2,8 milhões na semana que terminou em 9 de março. Antes disso, o recordista era “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, que arrecadou US$ 2,7 milhões durante uma semana de feriado no final de 2023.
“Otelo” ainda tem ingressos mais caros – seus assentos principais chegam a US$ 921, em comparação com US$ 799 para “Boa noite, e boa sorte” – mas “Boa boite, e boa sorte” ocupa um teatro maior (1.545 lugares, contra 1.043). O preço médio do ingresso para “Otelo” na semana passada era de US$ 303,15 – abaixo das semanas anteriores devido aos assentos gratuitos para jornalistas que compareceram às apresentações para a imprensa e convidados da noite de estreia. O preço médio de “Boa noite, e boa sorte” foi de US$ 302,07.
As bilheterias da Broadway tradicionalmente são dominadas por musicais, que tendem a ser mais populares, com temporadas mais longas e exibidos em teatros maiores do que as peças. O recorde de um musical da Broadway foi estabelecido no final do ano passado, quando “Wicked” arrecadou US$ 5 milhões durante uma semana de Natal, com nove apresentações.
Mas o custo de produção de shows da Broadway aumentou significativamente desde a pandemia, e quase todos os novos musicais estão fracassando financeiramente. Isso levou alguns produtores a se concentrarem em séries limitadas de peças com estrelas conhecidas nos papéis principais. A justificativa é que as celebridades transformam as peças em eventos, enquanto séries limitadas criam um senso de urgência. Esses fatores combinados levam o público a disputar os ingressos.
Os resultados, pelo menos por enquanto, são indiscutíveis: “Boa noite, e boa sorte” na semana passada superou todos os outros shows, incluindo “Wicked”, “Hamilton” e “Rei Leão”. Mas não se preocupe com esses shows – cada um deles arrecadou bilhões de dólares ao longo do tempo e ainda estão indo muito bem.
Outra recriação de peça estrelada, “Glengarry Glen Ross”, traz Bill Burr, Kieran Culkin e Bob Odenkirk e também teve um começo muito forte, arrecadando US$ 2,1 milhões na semana passada, com um preço médio de ingresso de US$ 204,40.
Uma comparação surpreendente? “Boa noite, e boa sorte” custou cerca de US$ 9,5 milhões para se viabilizar e arrecadou US$ 3,3 milhões na semana passada. O novo musical de maior bilheteria, “Death becomes her”, custou mais de três vezes esse valor (US$ 31,5 milhões) e arrecadou apenas US$ 1,2 milhão. E isso foi mais do que qualquer outro novo musical.