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Tecnologia Tecnologia faz ator ficar igual a Tom Cruise e acirra polêmica sobre vídeos falsos gerados por computador

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O imitador de Tom Cruise, Miles Fisher, no video deepfake em que encarna o ator. (Foto: Reprodução)

Os deep fakes – vídeos falsos de pessoas geradas por computador – estão ficado cada vez mais sofisticados, e dois usos recentes da tecnologia deixaram especialistas de cabelo em pé diante da evolução dos softwares – o que aponta para um futuro em que, além das fake news, podemos nos deparar com uma realidade fake, ao menos virtualmente.

Primeiro, um artista de efeitos visuais trabalhou com um imitador de Tom Cruise para criar vídeos surpreendentemente precisos imitando o ator. Os vídeos falsos, criados com a ajuda de técnicas de aprendizado de máquina (machine learning, um dos ramos da inteligência artificial), ganharam milhões de visualizações no TikTok, no Twitter e em outras redes sociais no final do mês passado.

Poucos dias depois, o site de árvores genealógicas MyHeritage ofereceu uma ferramenta para animar digitalmente fotos antigas de entes queridos, criando um pequeno vídeo em loop no qual as pessoas podem ser vistas movendo a cabeça e até sorrindo. Mais de 26 milhões de imagens foram animadas com a ferramenta, chamada Deep Nostalgia.

No YouTube, há vários vídeos transformando fotos de figuras históricas em figuras coloridas e com movimentos leves, inclusive atrizes famosas de outros séculos, como Sarah Bernhardt, e até da família imperial brasileira.

Os deep fakes chamaram novamente a atenção para o perigoso potencial da mídia sintética, que, se por um lado pode levar a melhorias significativas nas indústrias de publicidade e entretenimento, também pode levantar dúvidas sobre vídeos legítimos e até inserir pessoas, inclusive crianças, em imagens pornográficas.

Os criadores do vídeo viral do Tom Cruise fake argumentam que a experiência necessária para usar a tecnologia torna o abuso muito mais difícil, e a empresa por trás da ferramenta de animação de fotos no site disse que implementou salvaguardas para evitar o uso indevido.

Especialistas dizem que os dois exemplos recentes de deepfakes suscitam questões preocupantes sobre o futuro da tecnologia.

“Embora a Deep Nostalgia em si seja inócua, é parte deste conjunto de ferramentas que são potencialmente muito ameaçadoras”, disse Sam Gregory, um diretor da Witness, organização sem fins lucrativos focada no uso ético de vídeo e um especialista em inteligência artificial.

A imitação digital de Tom Cruise não foi uma tarefa simples. Chris Ume, o artista belga de efeitos visuais que criou os vídeos, disse em uma entrevista que eles exigiram grande experiência e tempo.

Muito do que se vê nos vídeos é o corpo e a voz de Miles Fisher, um imitador de Tom Cruise que já era fluente nos maneirismos e na fala do ator e que tem uma forte semelhança com ele, mesmo sem as manipulações. Apenas o rosto, da testa ao queixo, do verdadeiro Tom Cruise é mostrado nos vídeos.

Ume passou dois meses treinando seu modelo de computador para criar as expressões faciais de Cruise. Gastou cerca de 24 horas na produção de cada vídeo de um minuto, ajustando detalhes como o alinhamento dos olhos.

Mesmo se a tecnologia melhorar, vídeos como o seu exigiriam muito trabalho manual e um imitador habilidoso, disse ele. “Não é algo que você pode fazer em um computador doméstico, pressionando um botão.”

A ferramenta Deep Nostalgia foi criada para o MyHeritage pela D-ID, uma empresa de inteligência artificial com sede em Tel Aviv. Gil Perry, o presidente-executivo da D-ID, disse que a empresa trabalha apenas com parceiros em que pode confiar para não abusar da tecnologia, e que tem um relacionamento de quatro anos com o MyHeritage.

Os vídeos criados com a ferramenta têm marcas d’água para indicar que não são reais e não incluem áudio, uma decisão que Perry disse que torna mais difícil usá-los para fins desagradáveis.

Ele disse que a tecnologia que alimentou a Deep Nostalgia era “apenas a ponta do iceberg do que somos capazes de fazer”. “O potencial para a parte boa dessa tecnologia é infinito”, afirma.

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