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Colunistas Temer 2017

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Empresa canadense procurou Departamento de Justiça americano para colaborar com apurações sobre supostas propinas a Temer e MDB. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O ano de 2017 do presidente Michel Temer foi bom e foi ruim.

Foi ruim, muito ruim, porque teve de lutar com todas as suas forças contra dois pedidos de impeachment. Foram meses de turbulência, que exigiram muito jogo de cintura, muito esforço e concessões para se manter no cargo. Nos dois momentos se consumiu muito capital político, de um governo que de tanto não dispunha. Temer escapou de forma competente, porque é preciso conhecer os atalhos da política para se livrar das armadilhas de um procurador meio sem noção, ambicioso e atrevido como Janot, e da rede Globo, que botou todo o seu poderio a serviço do seu afastamento.

Mas também foi um ano bom e produtivo. No ano que passou o presidente conseguiu aprovar – contrariando os prognósticos de muita gente boa – a reforma trabalhista, um passo firme e decisivo para a modernização das relações de trabalho no país. Os sindicatos, juízes e procuradores do Ministério Público do Trabalho, e os grandes escritórios de advocacia trabalhista bombardearam a proposta, usando todos os argumentos e todas as armas, mas prevaleceu a boa leitura, de que a reforma poderá destravar muitos obstáculos que atravancam a geração de empregos e postos de trabalho no Brasil.

No controle da inflação, o governo se deu bem – e a população trabalhadora melhor ainda. A verdade é que Temer herdou uma inflação de dois dígitos e derrubou-a aos atuais índices, próximos de civilizados 3% ao ano. Talvez tenha sido a sua mais relevante conquista. Desconfio de que aí, na inflação domada, está a explicação de que mesmo com um governo com índices de aprovação tão escassos, ninguém consegue mobilizar as massas para os protestos de rua, como aconteceu com Dilma. Em 40 anos, foi no governo Temer que se registrou a maior baixa dos preços dos alimentos.

Com Dilma, a taxa básica de juros era superior a 14% ao ano. Hoje está na faixa dos 7%, a mais baixa da série histórica. Embora seja uma taxa de juros ainda elevada, em momento algum dos governos de FHC, Lula e Dilma, esteve tão baixa. Os efeitos dessa verdadeira façanha são notórios: a diminuição da dívida pública, o aumento do consumo, a ampliação do crédito, a expansão da economia como um todo.

Acumularam-se dados e mais dados de que a economia, que estava na lona com Dilma, depois de uma queda (em dois anos) de 7% do PIB, depois da mais funda recessão como nunca antes na história deste país, agora está em lento porém seguro crescimento.

A produção brasileira de grãos, que foi de 186 milhões de toneladas em 2016, deve fechar o ano de 2017 com 242 milhões. O saldo da balança comercial acumulado de janeiro a maio de 2016, que era de US$ 20 bilhões de dólares, somou US$ 62 bilhões de dólares de janeiro a novembro de 2017. O risco Brasil, que em maio de 2016 era de 376 pontos, foi reduzido a 242 pontos em dezembro de 2017.

Não houve nenhum milagre. Parte dessas comparações se deve ao estado de calamidade em que estava reduzida a economia, com Dilma. Partindo do caos tudo é lucro. Mas é cegueira política e ideológica não reconhecer que o governo Michel Temer, com todos os seus problemas, acumula méritos indiscutíveis.

tags: Brasil

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