O vice-presidente Michel Temer concordou, na noite desta terça-feira (26), em discutir a partir de agora, de maneira institucional, com o comando nacional tucano, a participação do PSDB em um eventual governo do peemedebista. A resposta foi dada em encontro com os líderes do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima (PB), e na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), no gabinete da Vice-Presidência da República. A reunião teve como objetivo iniciar uma relação institucional com o vice-presidente, evitando negociações paralelas.
As conversas entre o peemedebista e o senador José Serra (PSDB-SP), cotado para assumir o Ministério da Educação, incomodaram a cúpula nacional tucana. “O que o PSDB não quer é que o PMDB faça conosco o que o PT tentou fazer com o próprio PMDB”, disse Lima. “O PSDB deseja uma relação institucional, que é o melhor caminho”, acrescentou.
Na conversa, os líderes tucanos também apresentaram de maneira resumida ao vice-presidente algumas condicionantes que o partido entregará em documento na semana que vem para que o PSDB integre a gestão do PMDB. Eles citaram a Temer, por exemplo, o compromisso de manter e não interferir na Operação Lava-Jato, a promessa de adotar medidas para recuperar a credibilidade do país e retomar o nível de investimento e a realização de na reforma política.
O partido estuda, por exemplo, a adoção de uma cláusula de barreira partidária e o voto distrital misto, bandeiras históricas do partido. Ele defende ainda a redução da máquina pública e o reequilíbrio das contas públicas. “O PSDB vai ajudar o País a sair da crise”, disse Lima. “Nós oferecemos uma contribuição efetiva para virar a página e apontar uma saída para o País”, acrescentou. Além dos líderes partidários, Temer deve se reunir nos próximos dias com o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves. (Folhapress)