O presidente Michel Temer (PMDB) não respondeu às 82 questões da PF (Polícia Federal) no inquérito que o investiga por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa no caso JBS. O ministro Luis Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), no entanto, concedeu ao presidente mais 72 horas para que ele responda ao questionário elaborado pela PF.
O prazo de 24 horas havia sido dado a Temer por Fachin, que é o relator da Operação Lava-Jato na Corte.
O prazo esgotou às 16h30min desta terça-feira (6).
Por meio de seus advogados, o presidente alegou ser “absolutamente impossível” responder a todo o questionamento da PF em apenas um dia.
O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor de Temer, pediu mais prazo ao ministro, “até o final da semana”.
Contando com o elevado bom senso e compreensão de Vossa Excelência, o Sr. Presidente da República considera que estará habilitado para a análise e para a deliberação sobre as questões ofertadas até o final da presente semana”, solicitou o advogado.
O ministro Fachin, no entanto, concedeu ao presidente mais 72 horas para que ele responda ao questionário elaborado pela PF.
Entre as perguntas, está se Temer se encontrou com Rodrigo Rocha Loures após a conversa que teve com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, no dia 7 de março. A PF também quer saber do presidente se ele conhece Ricardo Saud, diretor da JBS e qual a relação mantida com ele.
A PF também quer saber o que Temer entendeu por “zerar pendências”, expressão dita por Joesley no contexto da relação com o ex-deputado Eduardo Cunha em que sugere apoio financeiro para silenciá-lo. E quais seriam os dois ministros do Supremo Tribunal Federal que poderiam ajudar Cunha nos processos a que responde, segundo frase dita pelo próprio presidente na gravação.