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Brasil Temer se torna réu de novo, agora por suspeita de lavar dinheiro em imóvel da filha

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Esse é o quarto processo aberto contra o ex-presidente desde a semana passada. (Foto: Beto Barata/PR)

A Justiça Federal em São Paulo decidiu nesta quinta-feira (04) tornar réu o ex-presidente Michel Temer pela acusação de lavar dinheiro de propina por meio da reforma da casa de uma de suas filhas, Maristela Temer. A denúncia é um desdobramento de apurações da Lava-Jato e foi apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo na última terça-feira (02).

Os procuradores afirmam que o ex-presidente usou dinheiro obtido em esquemas de propina junto à JBS e Odebrecht e na estatal Eletronuclear para promover a obra no imóvel, que fica na zona oeste de São Paulo. O juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, escreveu em despacho que a acusação do Ministério Público deve ter continuidade por ser lastreada em indícios mínimos de autoria e de materialidade.

Também viraram réus Maristela Temer, o coronel da PM de São Paulo João Baptista Lima Filho e a mulher dele, Maria Rita Fratezi. O casal providenciou etapas da reforma e fez pagamentos a fornecedores. A reforma, feita entre 2013 e 2015, teve custo estimado pelo Ministério Público Federal em R$ 1,6 milhão. Esta é a quarta vez que o emedebista vira réu desde a semana passada. Ele é acusado no Distrito Federal de se beneficiar da entrega de uma mala com R$ 500 mil a um ex-assessor e, em dois processos no Rio, se tornou réu sob suspeita de desvios na Eletronuclear.

Os quatro casos são derivados de apurações iniciadas quando o emedebista ainda estava na Presidência, deflagradas depois da delação da JBS, em 2017. Com o fim do mandato dele, as denúncias que já estavam formuladas e as apurações em andamento foram enviadas à Justiça Federal de primeira instância no DF, Rio e em São Paulo.

Temer ficou preso por quatro dias em março por ordem do juiz fluminense Marcelo Bretas, mas conseguiu habeas corpus na segunda instância. O Ministério Público recorre e defende que ele volte à prisão. O advogado Eduardo Carnelós, que defende o ex-presidente, diz que a acusação de lavagem não possui prova idôneas e é infame.

“A filha do ex-presidente foi ouvida e prestou todos os esclarecimentos quanto à origem dos recursos utilizados nas obras, e agora, sem promover investigação sobre as explicações por ela apresentadas, o MPF-SP formulou a denúncia a galope, logo depois que os mesmos fatos foram usados pelo MPF-RJ para requerer e obter a decretação da prisão de Temer.”

Também afirma que nenhum dinheiro “fruto de corrupção foi empregado na obra da reforma, pela simples razão de que o ex-presidente não recebeu dinheiro dessa espécie”. Após a divulgação da denúncia, na terça-feira, os advogados Cristiano Benzota e Maurício Leite, que defendem Lima e Fratezi, afirmaram que houve precipitação dos procuradores, já que a PGR (Procuradoria-Geral da República) estava com esses casos anteriormente e entendeu que não havia provas suficientes.

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