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Política “Temos de corrigir essa escorregada no dólar”, diz o ministro da Fazenda

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Haddad defendeu o regime de câmbio flutuante, ou seja, sem uma meta formal para a taxa de câmbio.

Foto: Diogo Zacarias/MF
Haddad defendeu o regime de câmbio flutuante, ou seja, sem uma meta formal para a taxa de câmbio. (Foto: Diogo Zacarias/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa sexta-feira (20) que é preciso “corrigir essa escorregada no dólar”. Haddad observou que a moeda norte-americana se valorizou no mundo inteiro, mas admitiu que, no Brasil, a alta foi maior ainda. As declarações foram dadas durante café da manhã com jornalistas, em Brasília.

Analistas avaliam que a disparada da moeda norte-americana está relacionada, entre outros fatores, ao pacote de cortes de gastos, que veio acompanhado de uma surpresa: o anúncio do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, analistas viram o pacote como insuficiente para equilibras as contas públicas.

“Temos de corrigir essa ‘escorregada’ do dólar aqui. Não no sentido de buscar um nível de dólar, de mirar uma meta (…) Sempre que houver disfuncionalidade por incerteza, insegurança, no mercado de câmbio e juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido”, declarou Haddad.

O Banco Central efetuou, nos últimos dias, intervenções no câmbio, por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista e, também, dos chamados leilões de linha (venda com compromisso de recompra, como se fosse um empréstimo).

Somente nesta quinta, foram vendidos US$ 8 bilhões no mercado à vista. Nesta sexta, as vendas já somam US$ 7 bilhões. Desde o dia 12, o BC colocou à venda quase US$ 28 bilhões. Com a venda de divisas, a moeda norte-americana, que chegou próxima de R$ 6,30, deu uma acomodada e encerrou a sexta em R$ 6,06.

Mesmo defendendo as atuações por parte do Banco Central, Haddad defendeu o regime de câmbio flutuante, ou seja, sem uma meta formal para a taxa de câmbio. Segundo ele, o BC deve atuar apenas para “corrigir disfuncionalidades” do mercado. Ele também admitiu “problemas de comunicação”, sem especificá-los.

“[O BC deve atuar] não buscando uma meta para o valor do dólar. Mas corrigir disfuncionalidades sim. E houve problema de comunicação no fim do ano que fez com que o dólar no brasil tivesse valorização mais forte do que nos pares. É preciso corrigir a comunicação, tomar medidas e fazer com que isso traga o câmbio não para um patamar especifico, mas para uma situação de funcionalidade”, disse Haddad.

O discurso do ministro está em linha com as declarações do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que afirmou, nesta quinta-feira, que houve uma saída atípica de dólares no fim do ano e que, por isso, a autoridade monetária anunciou intervenções.

Por isso, explicou que instituição resolveu intervir com leilões de venda de dólares, como forma de contrabalançar essa saída “atípica” de divisas do país. Segundo ele, o BC não mudou sua forma de atuar no câmbio, ou seja, continua sem meta para o dólar.

Campos Neto aproveitou para dar um recado ao mercado financeiro: disse que o Banco Central “tem muita reserva [internacional, acima de US$ 370 bilhões] e vai atuar [no câmbio] se for necessário”. As informações são do portal de notícias G1.

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