Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2016
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação premiada fechada entre o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto com o grupo de trabalho da Lava-Jato.
Os depoimentos de Cleto foram prestados à Procuradoria Geral da República (PGR) porque ele citou nome de pessoas com foro privilegiado que teriam envolvimento em fraudes, entre as quais o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cleto assumiu o cargo de alto escalão do banco público federal por indicação de Cunha. O ex-dirigente da Caixa relatou que o presidente afastado da Câmara recebeu propina de dinheiro de negócios feitos pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS).
O teor da delação premiada de Fábio Cleto seguirá em segredo de Justiça até que a PGR decida se abre ou não inquéritos ou inclua, a partir do que foi dito pelo ex-dirigente da Caixa, as citações em investigações já abertas. As informações prestadas por ele corroboram outra delação, feita pelos donos da Carioca Engenharia – Ricardo Pernambuco Júnior e o pai dele, Ricardo Pernambuco. A delação deles já foi tornada pública.
Foi com base na delação dos donos da Carioca que o ministro Teori Zavascki autorizou, em março, a abertura do terceiro inquérito para investigar Cunha. Em abril, quando surgiram novos detalhes sobre acusações feitas pelos empresários envolvendo Cunha, a assessoria de imprensa do parlamentar afastado informou que ele já negou tudo e que não há provas.
Os empresários afirmaram que Cunha recebeu cerca de R$ 52 milhões do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca – que atuava na obra do Porto Maravilha. Os recursos seriam vantagens indevidas pela aquisição de títulos da prefeitura do Rio de Janeiro pelo FI-FGTS. Segundo as investigações, Cunha era próximo de Cleto.
O novo delator da Lava-Jato foi exonerado da vice-presidência da Caixa em 10 de dezembro de 2015 por ordem da presidente afastada, Dilma Rousseff. Cinco dias depois, ele foi um dos alvos da Operação Catilinárias, etapa da Lava-Jato que cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial e no gabinete de Eduardo Cunha. (AG)