Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 13 de fevereiro de 2020
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O ministro Osmar Terra (Cidadania) parece se preparar para entregar o cargo a Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que busca um ministério “operacional” para chamar de seu. Uma possibilidade considerada pelo presidente Jair Bolsonaro é nomear Terra embaixador do Brasil no Canadá, na gelada capital Ottawa. Talvez por coincidência, o filho de 13 anos de Osmar Terra já foi matriculado em escola canadense.
Embaixador novo
Um problema adicional para o governo é que o atual embaixador em Ottawa, Pedro Bório, foi nomeado há apenas dez dias.
Breve consolação
Após haver lutado muito para ser embaixador em Washington, Pedro Bório ganhou Ottawa como prêmio de consolação. Agora, nem isso.
Cargo ambicionado
Cidadania é um ministério de múltiplas atribuições e grande capilaridade, bem ao gosto de políticos com projetos eleitorais.
Ministério gaúcho
A ideia de nomear Onyx no Ministério da Cidadania agrada Bolsonaro, entre outros fatores, porque se trata de um gaúcho substituindo outro.
Relator não vai contestar a cassação de senadora
Encarregado da relatoria do caso da cassação da senadora Selma Arruda (Podemos-MT), a ser examinada na Mesa Diretora do Senado, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que é líder do governo, não antecipa sua posição, mas, fazendo jus à reputação de equilíbrio, uma coisa é certa: no mérito, nada será feito para mudar a decisão Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cassou o mandato da ex-juíza federal.
A vingança dos réus
“Moro de saia”, a ex-juíza Selma prendeu malfeitores da política e acabou vítima deles, que conseguiram cassar o seu mandato.
Desconstrução política
A maior ironia é que Selma foi cassada por “abuso de poder econômico” e até “caixa dois”, crime que passou a vida combatendo.
Senado sem poder
Nessa, Davi Alcolumbre não segue o ídolo Rodrigo Maia: já avisou que o Senado “não tem o poder de deliberar sobre a decisão do TSE”.
Cadê a CPI da Aneel?
Na gaveta abarrotada de Rodrigo Maia está o requerimento da CPI da Aneel, apoiada por mais de 200 deputados, para investigar resoluções suspeitas da agência reguladora de energia elétrica. Seu autor, Léo Moraes (RO), agora líder do Podemos, cobrou de Maia a CPI.
Muita cara de pau
Após fazer coro com seu chefe nos insultos a Bolsonaro e ao Brasil, o chanceler da Argentina, Felipe Solá, esteve em Brasília pedindo ajuda para pagar sua dívida externa. O pior é que tem tudo para levar.
Brincadeira de criança
O “príncipe” João Campos (PSB-PE) brinca de “prefeito federal” ou pensa que o povo é besta. Para não criticar malfeitorias do prefeito do Recife, do seu partido, ele ataca Bolsonaro dia sim, outro também.
Racismo petista
O ex-presidente do PT Rui Falcão (SP) conseguiu piorar as coisas ao negar ter chamado de “favelado” Hans River, que o acusou de racismo. Disse que não chamou de favelado, apenas de alguém “da periferia”.
Denunciou, investigou
O ministro Humberto Martins soube das estranhas decisões da Justiça do Trabalho de Sergipe, de leiloar fábrica de cimento que já havia pago a dívida. Disse que a Corregedoria Nacional não analisa mérito, mas que denúncias contra a conduta dos juízes serão sempre analisadas.
Deu a ideia
Beneficiários de programas sociais pressionam o governo por um “13º”, igual ao Bolsa Família, criado por Bolsonaro. Quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) se manifestou na Câmara.
Controle do Estado
O senador Angelo Coronel (PSD–BA) quer obrigar Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp e outros serviços online a exigir, por lei, o CPF do usuário para funcionar no Brasil. A desculpa? As fake news.
Procura-se
Pesquisa do site de empregos Indeed, revelou alta acima de 200% nas vagas de tradutor. Outras seis profissões, quatro de tecnologia e duas de professores (inglês e ensino fundamental) subiram mais de 100%.
Piada pronta
Na Argentina, a pasta responsável pela diplomacia se chama Ministério das Relações Exteriores e Culto. Culto ao peronismo?
PODER SEM PUDOR
O maior adversário
O marechal Henrique Teixeira Lott foi, ele próprio, seu maior adversário na disputa presidencial de 1960. Certa vez, na TV, perguntaram de quem era a culpa pela inflação. Sua resposta: “A mulher”. O entrevistador se espantou: “Por que?” Ele deu sua explicação: “A mulher coloca o feijão no fogo e vai tagarelar com a vizinha. O marido diz que está precisando de cueca. Ela vai ao armarinho da esquina e o turco a convence a levar uma dúzia. A mulher compra e a inflação sobe. É o caso de perguntar: para que um operário precisa de doze cuecas?”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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