Ícone do site Jornal O Sul

Teste com droga experimental contra o coronavírus registra 68% de melhora

. (Foto: Divulgação/Gilead)

A farmacêutica americana Gilead publicou comunicado informando os resultados de testes com uma droga experimental para tratamento da covid-19. Segundo a companhia, registrou-se melhora das condições do paciente em 68% dos casos em que o medicamento foi usado.

A pesquisa testou o antiviral remdesivir em 53 pacientes hospitalizados com complicações graves de covid-19. “A maioria dos pacientes deste grupo demonstrou melhora clínica e nenhum novo sinal de segurança foi identificado com o tratamento com remdesivir”, afirmou a Gilead.

Segundo a companhia, os dados ainda possuem limitações e a fase 3 do desenvolvimento da droga deve determinar a segurança e eficácia do remdesivir para o tratamento de covid-19.

Cerca de dois terços dos pacientes (34 pessoas) que testaram o medicamento estavam dependentes de respiradores, incluindo quatro pacientes que utilizavam oxigenação por membrana extracorpórea, que substitui o pulmão na função de trocas gasosas em casos de comprometimento grave.

“O tratamento com remdesivir resultou em uma melhora no suporte de oxigênio para 68% dos pacientes, durante um acompanhamento médio de 18 dias a partir da primeira dose de remdesivir. Mais da metade dos pacientes (17 de 30) em ventilação mecânica foi extubada e quase metade (25 de 53) dos pacientes recebeu alta do hospital após o tratamento com remdesivir”, afirmou o comunicado.

A mortalidade no grupo avaliado foi de 13%, ou seja, sete dos 53 pacientes morreram. O uso do antiviral foi mais efetivo em pacientes que não estavam com suporte respiratório não invasivo. Os resultados do estudo foram publicados hoje na revista científica The New England Journal of Medicine.

“Não podemos tirar conclusões definitivas desses dados, mas as observações desse grupo de pacientes hospitalizados que receberam remdesivir são esperançosas”, disse Jonathan D. Grein, diretor de epidemiologia do hospital Cedars-Sinai Medical Center, de Los Angeles, e principal autor do artigo.

Hospital de campanha

A Prefeitura de São Paulo confirmou a primeira morte de um paciente de um dos hospitais de campanha montados de forma emergencial para atender às vítimas do novo coronavírus. Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), a vítima é um homem de 36 anos que tinha a doença de Chagas e estava internado no hospital do Pacaembu.

Há ao todo 61 pessoas internadas na unidade, que tem 200 leitos de baixa e média complexidade, ou seja, para pacientes menos graves. Também há outras 19 pessoas em processo de transferência. Até agora, três pessoas já tiveram alta. Outro hospital montado no Anhembi, na zona norte, recebeu 13 pacientes até este domingo.

Morreram até este Domingo de Páscoa 445 pessoas na capital paulista vítimas da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. A cidade tem 6.805 casos confirmados, segundo boletim da prefeitura, e é o principal epicentro da doença no país.

O Estado de São Paulo tem monitorado o isolamento da população por meio de dados fornecidos pelas operadoras de telefonia celular. No último sábado (11), dado mais recente, cerca de 55% dos paulistas estavam em isolamento. Na capital, o índice foi de 54%.

O número ainda é considerado baixo pelo governo, que diz que é preciso um índice de pelo menos 70% para controlar a disseminação da doença e manter sob controle o sistema de saúde, com capacidade para atender aos doentes.

Sair da versão mobile