Contando com um planejamento iniciado em abril, as Secretarias Estaduais da Saúde e da Agricultura conseguiram realizar a 44ª Expointer de forma segura no que se refere à pandemia de coronavírus. Os nove dias de evento (4 a 12 de setembro) com atividades presenciais no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, foram viabilizados por testagem, restrição de público e uma campanha de conscientização.
“Foram muitos meses de preparação, estudos e ajustes para montar os protocolos e a estrutura necessária para fazer essa feira, que certamente já virou referência e inspirará futuros eventos no Estado”, reiterou a titular da Secretaria da Saúde, Arita Bergmann. “Estamos imensamente orgulhosos do que conseguimos construir e executar aqui.”
A testagem prévia abrangeu todos os trabalhadores e expositores, requisito para a entrada no parque, incluindo a chamada “retestagem” durante a feira e à atuação de 115 monitores que circularam pelo local durante toda o evento, chamando a atenção para a necessidade de cumprimento dos protocolos. Isso incluiu o consumo individual de chimarrão, sem compartilhamento de cuias e bombas.
“A atuação dos monitores foi educativa e, com o passar dos dias, bastava um olhar ou a simples presença dos ‘verdinhos’ [como passaram a ser conhecidos, por causa da cor de seus coletes] para que algum comportamento inadequado já fosse imediatamente corrigido”, acrescentou Arita – ela própria acompanhou esse trabalho nas visitas que fez à Expointer.
Antes da feira, foram realizados 628 testes (RT-PCR e antígeno) em trabalhadores e expositores que chegaram ao parque sem o teste prévio. Destes, 13 foram detectáveis e os indivíduos não puderam acessar ingressar nas dependências do Parque. Durante o evento, para monitorar a circulação do vírus, foram feitas 198 novas testagens, com cinco detectáveis, que acabaram isolados.
“Rastreamos os contactantes desses casos positivos e fizemos dezenas de testes para examinar a cadeia de transmissão, e não houve surto. Foram cinco casos isolados”, relata a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina Bastos, que chefiou a estratégia sanitária na feira.
Limitação
A limitação de público, tanto para acessar o parque quanto para circular nos pavilhões, também se mostrou uma estratégia acertada para evitar aglomerações e diminuir o risco de disseminação do coronavírus.
Nos pavilhões, catracas e sensores contabilizavam em painéis o número de visitantes que acessavam os locais, o chamado cercamento eletrônico. A catraca do pavilhão da Agricultura Familiar bloqueava automaticamente quando o limite de pessoas era atingido. Uma pessoa precisava sair para que outra pudesse entrar.
No sábado passado (11), penúltimo dia da feira, o limite foi alcançado e a luz vermelha acendeu no painel do setor da Agricultura Familiar: para alguém entrar, só se outro alguém. “A medida garantiu um ambiente mais seguro tanto para os agricultores familiares quanto para os que queriam fazer suas compras”, frisou o governo gaúcho.
Além da catraca eletrônica para controlar o acesso aos pavilhões, foi delimitada uma área específica para compra e consumo de alimentos, o único local onde se podia retirar a máscara. No restante do parque, não foi permitido circular bebendo ou comendo.
Espalhados pelo parque, 100 lavatórios equipados com duas pias cada, sabonete líquido e álcool gel, foram aliados da higienização das mãos, reduzindo os contágios e agradando os visitantes. A SES distribuiu ao público 2,7 mil máscaras.
(Marcello Campos)