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Testes de coronavírus voltam a cair em outubro; especialistas alertam que exames são essenciais para rastrear e frear o avanço da pandemia no País

Exame tem de ser feito até 72 horas antes do embarque; exigência também é valida para brasileiros. (Foto: Isabela Carrari/Prefeitura de Santos)

O total de testes moleculares (RT-PCR) para diagnóstico da covid-19 realizados no Brasil voltou a cair em outubro. Foi o segundo mês seguido de queda, de acordo com dados compilados pelo Ministério da Saúde.

A queda no tipo de testes mais indicado para identificar pacientes com infecções recentes é vista com preocupação pelos especialistas. Os pesquisadores defendem que o Brasil deveria estar no caminho inverso: ampliando os testes para rastrear e frear o avanço da pandemia.

Isso porque, depois de meses de pandemia, já é sabido que o coronavírus é transmitido principalmente entre contatos próximos e logo nos primeiros dias após o aparecimento dos sintomas de covid-19.

O rastreamento de contatos nada mais é do que identificar e acompanhar as pessoas que foram expostas à doença. Ele já foi adotado para controlar a propagação de outras doenças infecciosas.

A falta de isolamento dos infectados causa surtos que podem ser controlados pela implementação de medidas direcionadas. A orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é encontrar os casos, isolar, testar e rastrear.

“Para rastrear um contato, você precisa do diagnóstico da pessoa. Quanto mais tivermos disponível o teste RT-PCR, mais vamos rastrear os casos secundários. Se ficarmos na ignorância de dados, não teremos sucesso. Precisamos detectar pessoas com ou sem sintomas do coronavírus”, alerta a infectologista Rosana Richtmann.

Segundo ela, além do teste, é importante saber três coisas com relação à transmissão: há quanto tempo a pessoa foi exposta ao vírus, em que ambiente ocorreu essa exposição e se houve ou não distanciamento. “Com essas três coisas já conseguimos fazer o rastreamento”, diz.

O físico Vitor Mori, pós-doutorando na Faculdade de Medicina da Universidade de Vermont (EUA) e membro do Observatório covid-19 BR diz:

“Todo mundo fala da importância do rastreamento, mas não é simples. Precisa de estrutura. Talvez o grande desafio é a testagem. Detectar o vírus na pessoa é importante. Se não fizermos, não sabemos quem está infeccioso. Acabamos baseando o rastreamento só nos sintomas, mas existem os assintomáticos”.

Testes em baixa

Os dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil fez menos testes do tipo RT-PCR em setembro e em outubro do que nos meses anteriores. A pasta divulgou dados absolutos dos testes realizados ao longo do ano até setembro. Em comparação com agosto, a queda foi de 11,5% – uma diminuição de 122.944 testes.

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