Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2021
O TikTok é alvo de uma acusação da Organização Europeia de Consumidores (BEUC, na sigla em francês), que diz que a rede social de vídeos tem termos de serviços “pouco claros” e “ambíguos”.
A organização afirma ainda que a plataforma falha em proteger crianças e adolescentes de conteúdos potencialmente nocivos e possui práticas de privacidade “enganosas”.
A BEUC reúne 45 organizações de consumidores europeus de 32 países e funciona como um órgão de defesa ao consumidor, como o Procon no Brasil.
O grupo apresentou uma queixa à Comissão Europeia e à diversas autoridades de proteção dos consumidores do bloco. Grupos de defesa de consumidores de 15 países alertaram autoridades locais, pedindo investigações sobre a conduta da rede social.
O relatório da organização acusa o TikTok de não proteger crianças e adolescentes de publicidade oculta e conteúdo “potencialmente prejudicial” em sua plataforma. No relatório, a Organização Europeia de Consumidores chama a atenção para os mecanismos de restrição de idade do TikTok, atualmente limitado para pessoas acima de 13 anos.
“Na prática, é muito fácil para usuários menores de idade registrarem-se na plataforma, pois o processo de verificação de idade é muito flexível e apenas autodeclaratório”.
Outra questão levantada diz respeito a supostas condições de uso injustas, pois os termos e condições dão ao Tiktok “um direito irrevogável de usar, distribuir e reproduzir os vídeos publicados pelos usuários, sem remuneração”.
A plataforma é acusada ainda usar práticas “enganosas”, como não informar claramente os usuários sobre quais dados pessoais são coletados, para que finalidade e por que razão legal — itens exigidos pela legislação local de proteção de dados.
O relatório afirma que não existe opção de exclusão do processamento de dados pessoais para publicidade (algo que outras gigantes da tecnologia como Facebook e Google também foram acusados).
Perigoso fenômeno
Vídeos virais no TikTok com milhões de visualizações estão a gerar preocupação e alertas de dermatologistas. Em causa estão tratamentos de depilação com cera quente que cobrem o rosto inteiro.
Para além de poderem provocar danos à pele, os profissionais alertam para o risco de obstrução das vias aéreas. Em alguns clipes, é possível ver que são utilizados cotonetes para criar passagens que permitam a circulação do ar, ainda assim a prática é demasiado arriscada, apontam.
Tiras de papel são utilizadas para proteger pestanas e sobrancelhas, mas todo o resto do rosto é coberto pela cera, incluindo em alguns casos os olhos, orelhas, nariz e boca.
“A nossa primeira consideração é que pode causar asfixia. A cera endurece, por isso pode endurecer nas vias aéreas e só ser possível a sua remoção através de cirurgia”, alertou um dos especialistas.