Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2025
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, devem compor a comitiva presidencial que irá ao funeral do papa Francisco em Roma, segundo o Palácio do Planalto.
O governo já havia informado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja viajariam a Roma para se despedir de Francisco, que morreu na madrugada de segunda (21) aos 88 anos.
O STF e o Senado confirmaram ao portal g1 a ida de Barroso e Alcolumbre, respectivamente. A Câmara afirmou que Motta ainda está “avaliando”, mas líderes do partido garantiram que o deputado irá.
A previsão é de que o avião presidencial saia de Brasília na noite desta quinta (24) e retorne no sábado (26) – dia em que o Vaticano prevê o sepultamento de Francisco.
Lula e Janja se encontraram com o papa Francisco por algumas vezes. Eles trataram da guerra da Rússica contra a Ucrânia, o combate à fome e sobre as mudanças climáticas. O casal também realizou uma missa pela saúde do papa no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Papa Francisco
Jorge Mario Bergoglio morreu aos 88 anos às 7h35 de segunda no horário do Vaticano (2h35, no horário de Brasília).
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.
Lula também decretou luto oficial de sete dias no Brasil pela morte do papa Francisco na manhã de segunda. Por volta das 10h, as bandeiras em frente ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal já eram hasteadas a meio-mastro – símbolo do luto nos prédios públicos.
“Francisco foi o papa do acolhimento e por isso acordamos hoje um pouco órfãos do seu afeto. Um afeto que era livre de preconceitos e julgamentos. Em um mundo que sofre com a discriminação e a insegurança. Para Francisco, somos todos irmãos criados para amarmos uns aos outros. Por sermos todos irmãos, não há razão para tanta discórdia, tanto ódio, tantas guerras e tanta desigualdade no mundo. Francisco foi o papa de todos, mas principalmente dos excluídos, dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não tem voz, das vítimas do abandono e da fome”, afirmou Lula em um vídeo divulgado pela Presidência da República na noite de segunda.
“Papa Francisco foi o papa da paz, do diálogo, da união e do amor a todas as formas de vida. Fez seguidos alertas sobre a crise climática a ameaça de distribuição do nosso planeta – obra prima da criação divina. Condenou todas as guerras, que tem como vítimas preferenciais a população civil – sobretudo mulheres e crianças”, continuou Lula.
“Na sua bênção de despedida no domingo de páscoa, pediu para voltarmos a ter esperança de que a paz é possível. Francisco foi o papa da esperança. Em sua despedida, renovou a crença nos seres humanos e previu o futuro melhor para a humanidade. Disse que o amor venceu o ódio, a verdade venceu a mentira, o perdão venceu a vingança. Isso é o mundo que haveremos de construir inspirados no papa Francisco. Se formos capazes de cultivar a paz, o amor a justiça e a fraternidade. Que Deus abençoe a humanidade”, concluiu o presidente.
Relação
Lula se reuniu com o papa Francisco por algumas vezes. Em 2020, antes de ser candidato ao terceiro mandato como presidente, Lula e Francisco abordaram temas como fome, desigualdade social e intolerância na conversa com o pontífice.
Em 2023, já como presidente, Lula se reuniu com o papa ao lado da primeira-dama Janja da Silva. Eles discutiram temas como a guerra na Ucrânia, mudanças climáticas e combate à fome.
No ano seguinte, os dois voltaram a se reunir durante visita de Lula à Itália para a cúpula do G7. Lula, mais uma vez acompanhado da primeira-dama Janja, discutiu com Francisco temas como paz mundial, combate à fome e redução das desigualdades. Ele também expressou o desejo de convidar o pontífice para a COP 30 em Belém, em 2025.
A primeira-dama Janja da Silva também se encontrou com o papa Francisco no Vaticano em fevereiro. Durante a visita, o pontífice perguntou sobre a saúde do presidente Lula e expressou seu apoio à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do governo brasileiro.
Em uma rede social, Janja mencionou estar muito emocionada e agradeceu pelas orações do papa pela recuperação de Lula.
Duas semanas depois, Lula e Janja realizaram uma missa na capela do Palácio da Alvorada pela saúde do papa Francisco, que à época, estava internado para tratar uma dupla pneumonia. A missa foi conduzida por três padres jesuítas e contou com a presença de Dom Raymundo Damasceno, Cardeal e Arcebispo Emérito de Aparecida.