Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2015
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (23) que todos têm o direito de criticar. O comentário refere-se às críticas recentes que ela tem recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a comparou ao “volume morto”.
“Todo mundo tem direito de criticar, principalmente o Lula, que sempre foi muito criticado”, disse Dilma aos jornalistas ao participar de uma reunião sobre a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro. Em seguida, a presidenta saiu do local e não respondeu às perguntas dos repórteres.
Em encontro com religiosos na última quinta-feira, Lula fez várias críticas à sua sucessora. O ex-presidente, mentor da candidatura de Dilma em 2010, afirmou que a presidenta “está no volume morto” e referiu-se à gestão da sucessora como “um governo de mudos”.
Durante o encontro, realizado no auditório do Instituto Lula, em São Paulo, o ex-presidente falou de promessas descumpridas por Dilma, como a de “não mexer no direito dos trabalhadores”. E listou notícias negativas, como a alta da inflação e aumentos de tarifas.
“Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto e eu estou no volume morto”, reclamou Lula, segundo conversa reproduzida pelo jornal.
Além de criticar Dilma diretamente, Lula tem criticado seu partido, o PT, como tentativa de se desvincular de Dilma, que enfrenta crise de popularidade. Segundo o instituto Datafolha, apenas 10% dos entrevistados consideravam o governo da petista “bom ou ótimo”. Ainda de acordo com a pesquisa, 65% dos entrevistavam avaliavam o governo Dilma como “ruim ou péssimo”.
Em evento promovido pelo instituto que leva seu nome na segunda-feira (22), Lula fez um discurso sobre a necessidade de o partido se renovar, com duras críticas a posturas vistas hoje no partido que ajudou a fundar. “O PT perdeu um pouco do sonho, da utopia. A gente só pensa em cargo, em ser eleito, ninguém trabalha de graça mais (pelo partido)”, reclamou. “Estamos querendo salvar nossa pele e nossos cargos ou criar um novo projeto?”, questionou. (Folhapresss)