Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2017
O hábito de beber café pode ter benefícios inesperados para a nossa saúde, inclusive aumentar nossa expectativa de vida em até nove minutos por dia, de acordo com pesquisadores americanos e ingleses, que realizaram dois amplos levantamentos sobre os efeitos da bebida no organismo. A bebida combate resistência à insulina e diminui risco de morte por doenças digestivas.
Professor de Compreensão Pública do Risco no Laboratório de Estatística da Universidade de Cambridge, David Spiegelhalter calcula que o consumo de uma xícara de café por dia pode prolongar a vida média de um homem em três meses, e da mulher em um mês:
“É como se uma xícara de café adicionasse, em média, nove minutos de vida para um homem e cerca de três minutos para uma mulher. Então, é bom relaxar e aproveitar”, recomenda o coautor de um dos estudos; ambos foram publicados na revista “Annals of Internal Medicine”.
Pesquisadores do Imperial College de Londres e da USC (Universidade do Sul da Califórnia), que também assinam os levantamentos, afirmam que o efeito protetor do café é biologicamente plausível porque a bebida contém antioxidantes e compostos que, entre outros efeitos, combatem a resistência à insulina e melhoram a função hepática.
Até mesmo quem não costuma tomar café é “convidado” a mudar de hábitos. “Se você gosta de tomar café, beba. Se você não é um bebedor de café, então você devia considerar beber”, aconselha Veronica Setiawan, professora associada de medicina preventiva da USC. “O café contém muitos antioxidantes e compostos que desempenham um papel importante na prevenção do câncer. Por isso, pode ser incorporado a uma dieta e estilo de vida saudáveis.”
Os autores do estudo analisaram dados de aproximadamente 500 mil pessoas com 35 anos ou mais de dez países da União Europeia, incluindo Reino Unido, França, Dinamarca e Itália.
Após 16 anos de acompanhamento, quase 42 mil pessoas no estudo morreram de uma série de doenças, incluindo câncer, doenças circulatórias, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral.
Depois de ter em conta fatores de estilo de vida como dieta e tabagismo, os pesquisadores descobriram que o grupo com maior consumo de café apresentava menor risco para todas as causas de morte, em comparação com aqueles que não bebiam café.
O risco de morte por doenças digestivas foi reduzido em 51% para homens e 40% para mulheres; entre elas, a chance de óbito por enfermidades no sistema circulatório foi diminuída em 22%.
Os consumidores de café têm, em geral, fígado mais saudável e melhor controle de glicose do que as pessoas que não bebem café.
No ano passado, a Observação Mundial de Saúde retirou o café da lista de bebidas consideradas cancerígenas, afirmando que ela poderia reduzir o risco de câncer de fígado. (AG)