Quinze anos depois de se aposentar dos gramados, Romário surpreendeu o mundo na terça-feira (16) com a notícia de que vai voltar a jogar profissionalmente. Aos 58 anos, ele está inscrito para disputar a Série A2 do Carioca pelo América, clube do qual é presidente desde janeiro, a partir de 18 de maio. A ideia não é disputar o campeonato todo, mas algumas partidas apenas, de uma a três, segundo ele. Para matar a vontade de vestir a camisa do time do coração e também realizar um sonho: o de atuar ao lado do filho, Romarinho, atacante de 30 anos contratado mês passado.
“Poucos atletas, jogadores de futebol, têm a chance, a honra, o privilégio de jogar ao lado do filho. E eu, aos 58, ainda estou superbem, pratico esporte, jogo futebol, malho… Estou me sentindo bem para jogar. Entendi que seria legal. Vai ser diferente, jogar com meu filho”, explica Romário, que não preparou Romarinho para a novidade: “Foi surpresa para ele. Está todo feliz.”
O Baixinho ainda não sabe como será a dinâmica dessa jornada, precisa conversar com o treinador, Marcus Alexandre. Mas já vislumbra como será a parceria com o herdeiro.
“Tomara que ele passe a bola para mim, para eu continuar sendo artilheiro. Se bobear, eu vou fazer gol. Mas uma coisa eu sei que ele vai fazer por mim: correr. Eu, como sempre, vou ficar na área”, afirma o craque, que responde com a costumeira sinceridade sobre quanto gás ainda tem para queimar: “Fisicamente, acho que não aguento jogar mais que um tempo. Mas como tem jogador aí que é pensa com dificuldade, pode ser que eu aguente um jogo todo.”
Romário garante que a ideia desse retorno não nasceu como uma jogada de marketing, para atrair patrocinadores – segundo ele, nada ainda foi fechado nesse sentido.
“Toda ação tem uma reação. O objetivo primeiro é o América. Sou o presidente, quero ajudar o clube. Segundo, o sonho de jogar com meu filho. Mas tomara que possa trazer patrocínio, seria perfeito”, diz ele, que admite, porém, que pensou em outro “efeito colateral” de sua presença na área: “Criar essa expectativa nos torcedores, de mobilizar a torcida para ir aos jogos, de ver o Romário jogar, isso é importante para o time. Essa possibilidade de eu jogar agrega muito para minha história e para minha relação com o clube como presidente.”
O campeão do mundo com a seleção brasileira em 1994 assinou contrato e vai receber um salário mínimo, que automaticamente doará de volta ao clube. Ele reforça que o retorno à profissão que fez dele uma estrela mundial não vai atrapalhar seu trabalho como Senador da República: os jogos da Série A2 são quase todos aos sábados, às 15h, com a única exceção na 5ª rodada, que será numa quarta-feira, no mesmo horário.
“A expectativa é ser campeão, estamos fazendo tudo para isso. Eu que jogo hoje em dia futebol amador sei como é difícil ganhar um campeonato, imagina a Série A2 do Carioca. Mas vamos trabalhar para isso.”
E quando Romário diz “vamos trabalhar” está incluindo aí algo que ele não gostava muito de fazer nos tempos áureos da carreira. “Claro que vou treinar! Aquela história de ‘treinar para quê’ agora não dá mais. Com 58 anos, tem que treinar.” As informações são do jornal Extra.