Sábado, 12 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2025
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,56% em março, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inicialmente, o IBGE informou que esse era o maior patamar do IPCA para um mês de março desde 2003, há 22 anos. Depois, no entanto, corrigiu a informação, dizendo que é o maior índice para o mês desde 2023, há dois anos, quando os preços subiram 0,71%.
O resultado representa uma desaceleração de 0,75 ponto percentual (p.p.) da inflação em relação a fevereiro, quando a alta foi de 1,31%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,04%.
Já no acumulado em 12 meses, a inflação registra um avanço de 5,48%. O número está acima do teto da meta do Banco Central do Brasil (BC), que é de 3% para a inflação anual, e será considerada cumprida se ficar em um intervalo entre 1,50% e 4,50%.
A inflação de março veio totalmente em linha com as expectativas do mercado financeiro, que esperavam exatamente essa alta de 0,56% nos preços.
Todos os nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços no mês, com destaque para Alimentação e bebidas, que subiu 1,17% e foi o responsável pelo maior impacto (0,25 p.p.) no índice, respondendo por cerca de 45% do IPCA de março.
Todos os nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços no mês, com destaque para Alimentação e bebidas, que subiu 1,17% e foi o responsável pelo maior impacto (0,25 p.p.) no índice, respondendo por cerca de 45% do IPCA de março.
Nas alturas
Os preços da alimentação no domicílio avançaram 1,31% em março. A alta tem relação direta com a falta de chuvas, que prejudicou a lavoura de café, e o calor, que acelerou a maturação do tomate no início do ano, explica José Fernando Pereira, gerente da pesquisa do IPCA.
Já o aumento no preço do ovo é uma consequência da alta do milho, que serve de ração para as galinhas.
Além disso, “a quaresma é um período de maior demanda do ovo, o que também ajuda na elevação do nível dos preços”, diz Pereira.
Do lado das quedas, destacaram-se no mês o óleo de soja (1,99%), o arroz (1,81%) e as carnes (1,60%).
A alimentação fora do domicílio (0,77%) também acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,47%), com os subitens refeição (0,86%) e cafezinho (3,48%) mostrando variações superiores às observadas no mês anterior (0,29% e 0,47%, respectivamente).
Cinema e passagens aéreas
O grupo de Despesas pessoais (0,70%) foi o que teve a segunda maior variação no mês. Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado pelo subitem cinema, teatro e concertos (7,76%), com o fim da semana do cinema que ocorreu em fevereiro.
Já no grupo dos Transportes (0,46%), o resultado foi influenciado pelo aumento da passagem aérea (6,91%). O preço dos combustíveis também trouxe impacto (0,46%), mas desacelerou em relação ao mês de fevereiro (2,89%).
A gasolina variou 0,51% ante os 2,78% do mês anterior, o óleo diesel 0,33% ante 4,35% e o etanol 0,16% ante 3,62%. Apenas o gás veicular acelerou de -0,52% em fevereiro para 0,23% em março.
No grupo Vestuário (0,59%), houve aumento nos calçados e acessórios (0,65%), na roupa feminina (0,55%), na roupa masculina (0,55%) e na roupa infantil (0,29%). Em fevereiro, o grupo não havia tido variação nos preços.
Energia elétrica
Em fevereiro, o grupo que mais pesou na inflação foi o de Habitação, com uma alta de 4,44% puxada pelo avanço de 16,80% nos preços da energia elétrica residencial.
Na época, o forte aumento foi uma consequência da normalização nas contas de luz porque, em janeiro, o Bônus de Itaipu foi incorporado nas contas e trouxe um desconto para o consumidor.
A inflação em fevereiro, porém, foi maior que a deflação de 14,21% registrada em janeiro com o desconto nas contas. Agora, em março, a energia elétrica desacelerou para 0,12%.