Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Fabio L. Borges | 28 de abril de 2025
Hoje em dia, os mosquitos são praticamente invisíveis
Foto: DivulgaçãoEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Você já percebeu que os mosquitos e as moscas de hoje não são mais os mesmos de antigamente?
Lembro-me da minha infância, quando caçar moscas com o mata-mosca era uma atividade digna de um verdadeiro herói. Ah, os velhos tempos! Os mosquitos eram tão lentos que a gente tinha tempo até para fazer amizade com eles.
Era uma espécie de “reality show” da natureza: eu me sentava, observava o bicho pousar na minha pele, esperava até que ele enchesse a barriguinha e, com toda a calma do mundo, batia no “miserávi” esmagando-o com um prazer quase científico.
Era divertido ver o processo! Quase uma aula de biologia ao vivo. Mas o que aconteceu com esses insetos? Eles evoluíram, sem dúvida. Hoje em dia, para caçar uma mosca, você precisa ser nada menos que um verdadeiro ninja.
Elas parecem ter se inscrito em um curso intensivo de velocidade, aerodinâmica e evasão! Não é mais possível simplesmente esperar que elas pousam em algum lugar para batê-las, pois, agora, elas ficam rodeando o ambiente, como se estivessem rindo da nossa cara. E quando tentamos acertá-las em pleno voo, só para nosso desaforo, elas costumam dar rasantes perto de nossos ouvidos, fazendo um zumbido irritante que mais parece um grito de guerra: “Me pega, seu idiota!”. E lá vamos nós, fazendo movimentos acrobáticos desordenados atrás delas, que fariam qualquer artista de circo se sentir envergonhado.
E os mosquitos? Ah, esses miseráveis adquiriram habilidades dignas de um X-quito. Antes, era fácil vê-los e até mesmo acompanhar suas acrobacias enquanto sugavam nosso sangue. Agora, eles são praticamente invisíveis! Você só sente a picada e já está coçando como um louco antes mesmo de perceber que ele passou por ali.
É quase como se eles tivessem assinado um contrato de exclusividade com a Força Aérea Americana e adquirido os direitos do avião invisível.
Fico imaginando se esses insetos lazarentos abriram uma escola especial de treinamento tipo “Top Gun”. Imagine a cena: um local especial onde são ministradas aulas práticas sobre como voar em zigue-zague para evitar mata-moscas e seminários sobre a arte da invisibilidade. Na porta do curso, o slogan: “Apenas os melhores para o nosso time: asas indomáveis.”
Um dos professores seria um mosquito veterano contando histórias épicas sobre as vezes que escapou por pouco do ataque implacável de um humano armado com spray repelente – uma arma química poderosa que eles devem evitar. Apesar de ter escapado com vida, o professor conta a comovente história das sequelas que sofreu e, por isso, decidiu virar mestre nesse curso. O outro seria uma mosca veterana que relata ter inventado o primeiro looping invertido (manobra obrigatória na escola) e como isso salvou sua vida durante uma tentativa de abate com o mata-mosca.
A intensidade da guerra
Com tantas habilidades que essas pragas desenvolveram, quando não estamos conseguindo progressos em nossa batalha, sabem qual é nosso único recurso quando a situação fica insustentável?
Ah, meu amigo, é hora de apelar para as “armas químicas”, e que se dane o acordo de “Mosquitonebra”. Espalhar veneno pelo ambiente é quase uma declaração de guerra! Você entra na sala como um general em busca da vitória final sobre essas pragas indomáveis, custe o que custar.
E enquanto você faz isso, imagina os mosquitos se reunindo em algum canto escuro (talvez já tenham até desenvolvido algum tipo de máscara), discutindo estratégias para driblar seu veneno.
No fim das contas, essas pequenas criaturas nos fazem rir ou chorar com suas travessuras. Eles podem ter evoluído e se tornado pragas indomáveis, mas ainda somos nós que temos a última palavra… ou pelo menos tentamos! Afinal de contas, quem precisa de superpoderes quando temos o mata-mosca e uma pitada de criatividade para transformar essa batalha em uma verdadeira comédia?
E assim segue a vida: nós e nossos adversários alados nesse eterno jogo de gato e rato… ou melhor dizendo, homem e mosquito!
Agora conte para mim: na sua casa também há alunos da escola “Top Gun” de pragas aéreas?
* Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.