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Topo de linha, Lamborghini de Collor apreendida é mais cara que a de Eike

Modelo escolhido por Collor custa 3,8 milhões de reais. (Crédito: Reprodução)

Copa do Mundo de 1990. O então presidente Fernando Collor de Mello está na Itália para assistir à abertura da competição e, uma vez na terra da Ferrari, faz um pedido: pilotar um carro de Fórmula-1 da equipe que, naquele ano, levaria o francês Alain Prost ao posto de vice-campeão, em um conturbado campeonato vencido por Ayrton Senna.
Desejo negado, Collor se contenta em acelerar na pista de testes da marca a F40, o superesportivo do momento naqueles tempos.

Quatro meses depois, o presidente volta a guiar o modelo, agora em Brasília, em um percurso de 8 quilômetros entre a Granja do Torto e a Casa da Dinda – famosa residência de Collor. Nas vésperas do Salão do Automóvel, a F40 estava no Brasil para ser exposta no evento, que marcaria a reabertura das importações de veículos, capitaneada pelo próprio Collor, que chamara os automóveis nacionais de “carroças”.

Vinte e cinco anos depois, ele virou senador e a Ferrari é outra: uma 458 Italia, apreendida pela PF (Polícia Federal) em meio a uma ação contra políticos investigados pela Operação Lava-Jato, que apura um escândalo de corrupção na Petrobras.

 

Em comum com a F40, a 458 Italia apreendida de Collor tem apenas a cor. Há um abismo entre as duas: a mais antiga tinha motor 2.9 biturbo, de 478 cavalos de potência. A nova é equipada com um 4.5 V8, de 570 cavalos de potência. Nela, recursos eletrônicos impedem que o motorista mais afoito perca o controle do carro. Na antiga, a falta total de auxílios o tornava um carro selvagem, implacável com iniciantes.

Aquela Ferrari dos anos 1990 sequer tinha porta-luvas, revestimento interno nas portas ou bancos em couro. Foi produzida entre 1987 e 1992.

A de Collor é bem mais luxuosa, com sistema de som potente, bancos em couro e diversos programas eletrônicos que podem alterar o comportamento do carro. Saiu de linha neste ano, após cinco anos no mercado. Quando era vendida zero-quilômetro, não saía por menos de 1,95 milhão de reais.

A aceleração de 0 a 100 quilômetros por hora em 3,4 segundos e a velocidade máxima de 325 quilômetros por hora da 458 Italia impressiona menos que outro item da coleção do senador: um Lamborghini Aventador, que embaralha os sentidos de motorista e passageiro ao beliscar os 100 quilômetros por hora em 2,9 segundos. A velocidade máxima é de 350 quilômetros por hora.
Não é a primeira vez que o Aventador ganha as primeiras páginas dos jornais. Um modelo parecido com o de Collor foi aprendido no início do ano. Era do empresário Eike Batista.

Mas o de Collor é ainda mais exclusivo que o do empresário. Seu Aventador LP 700-4 Roadster tem teto removível e, por isso, é mais caro: 3,8 milhões de reais, ante 3,3 milhões de reais da versão cupê, como o de Eike.

O mais “humilde” dos carros do ex-presidente apreendidos pela PF é um Porsche Panamera S, avaliado em 719 mil reais quando zero-quilômetro. Não é tão veloz quanto os superesportivos italianos, mas com um motor V6 de 420 cavalos de potência, leva o senador da Casa da Dinda ao Senado bem rápido. E levando duas pessoas a mais. (Folhapress)

Modelo comprado por Eike Batista sai por 3,3 milhões de reais. (Crédito: Reprodução)

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