Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2022
Preço médio do almoço do trabalhador brasileiro está 17,4% maior que em 2019.
Foto: ReproduçãoO trabalhador brasileiro gasta, em média, R$ 40,64 com o almoço fora de casa nos dias de expediente. Esse valor é 17,4% mais alto que o cobrado em 2019, antes da pandemia, como mostra a pesquisa Preço Médio da Refeição Fora do Lar, realizada pelo empresa Mosaiclab para a ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador). A capital que tem o almoço mais caro do país é São Luís (MA), com custo médio de R$ 51,91.
O estudo, feito entre fevereiro e abril de 2022, classifica o Rio de Janeiro como a segunda capital de Estado onde o trabalhador paga mais caro pelo almoço: R$ 47,09. Florianópolis (SC) está em terceiro lugar, R$ 46,75, em quarto vem Aracaju (SE), R$ 46,11, e na quinta posição aparece Natal (RN), com o preço médio de R$ 44,78.
Fazem parte da pesquisa estabelecimentos de 51 cidades brasileiras e do Distrito Federal, que aceitam o benefício vale-refeição como forma de pagamento. Para o cálculo, considera-se o que o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), vinculado ao governo federal, julga ser uma refeição ideal: prato pronto, bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café.
A cidade de São Paulo está no sexto lugar entre as capitais onde o almoço custa mais caro, com preço médio de R$ 43,27. No estado, para almoçar fora de casa, o trabalhador paga, em média, R$ 43,01, o que representa uma alta de 19% na comparação com o mesmo período de 2019, ano em que foi realizada a última edição desse levantamento.
Para chegar ao preço médio praticado no Estado, foram pesquisados restaurantes onde pode ser usado como forma de pagamento o vale-refeição, na capital, região metropolitana, interior e litoral. As cidades consideradas no cálculo do preço médio estadual foram: São Paulo, Barueri, Guarulhos, Osasco, Santo André, Diadema, São Bernardo, São Caetano, Taboão da Serra, Jundiaí, Ribeirão Preto, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Santos.
“Apesar do aumento, os restaurantes estão se adaptando à nova realidade do mercado, trazida pela pandemia de Covid-19, evitando repassar o aumento dos custos aos trabalhadores”, afirma Jessica Srour, diretora-executiva da ABBT. Ela diz que isso pode ser observado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os dados divulgados em abril, o mesmo período da pesquisa, mostram uma variação acumulada da inflação de 12,13% nos últimos 12 meses, sendo 6,63% o índice do aumento dos preços da alimentação fora do lar no mesmo intervalo de tempo e 16,12% a evolução dos preços da alimentação no domicílio.
“O setor de bares e restaurantes continua em dificuldades, por isso os donos dos estabelecimentos estão fazendo o que podem para manter e atrair clientes. Tentam economizar ao máximo, infelizmente tiveram de demitir, enxugam gastos onde podem, mudam para lugares mais baratos, diminuem a margem de ganhos, e até colocam a mulher para trabalhar”, conta Percival Maricato, diretor institucional da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Ele diz que somente a refeição, em São Paulo, se for em restaurantes por quilo ou bufês, custa em torno de R$ 30, R$ 35, mas, ao adicionar bebida, café e sobremesa, atinge e até supera o valor médio obtido pela pesquisa da ABBT. “Mas, se a pessoa optar pelos locais que servem prato feito, o preço é menor, pode chegar à metade disso”, completa.
Levando em conta o preço médio nacional do almoço, R$ 40,64, um profissional que não recebe da empresa um auxílio para refeição e se alimenta fora de casa cinco dias por semana tem de desembolsar R$ 894,08 por mês. “Por isso, a Pesquisa Preço Médio da ABBT é um importante termômetro para as empresas concederem o benefício adequado às necessidades de seus funcionários. A evolução dos preços dos alimentos reforça a importância desse tipo de benefício para que o trabalhador tenha acesso a refeições de qualidade, nutritivas e equilibradas”, avalia Jessica.
“Os empresários do setor ainda estão inseguros, esperavam voltar à realidade anterior, mas o cenário continua desfavorável, com inflação alta, perda de renda da população. Muitos sobrevivem graças aos vales refeição. Infelizmente, a projeção é de uma melhora mais demorada”, diz o diretor da Abrasel.
Preços por região
Os preços médios do almoço variam conforme a região do País, pois refletem a realidade econômica de cada lugar. Para a diretora da ABBT, o fechamento de bares e restaurantes pode ter afetado os valores apurados no levantamento realizado. Cerca de 30% dos estabelecimentos voltados à alimentação fora de casa encerraram suas atividades durante a pandemia, informa Maricato.
“Cada cidade sentiu o aumento dos preços de maneira diferente, de acordo com sua realidade econômica e social. Em maio, na capital paulista, por exemplo, o preço da cesta básica superou o valor do salário mínimo nacional, ficou em R$ 1.226,10″, explica Jéssica.
A pesquisa retrata os preços médios da refeição nas cinco regiões brasileiras, sendo a Sudeste a que apresenta o almoço mais caro, R$ 42,83, e a Centro-Oeste a que tem o mais barato, R$ 34,20.
Veja os preços médios em regiões e capitais:
Regiões
— Sudeste – R$ 42,83
— Nordeste – R$ 40,28
— Sul – R$ 36,97
— Norte – R$ 36,14
Capitais
— São Luís – R$ 51,91
— Rio de Janeiro – R$ 47,09
— Florianópolis – R$ 46,75
— Aracaju – R$ 46,11
— Natal – R$ 44,78
— São Paulo – R$ 43,27
— João Pessoa – R$ 42,76
— Salvador – R$ 42,19
— Recife – R$ 42,04
— Belém – R$ 41,04
— Vitória – R$ 39,66
— Campo Grande – R$ 39,22
— Curitiba – R$ 38,38
— Belo Horizonte – R$ 36,83
— Cuiabá – R$ 36,61
— Palmas – R$ 36,61
— Porto Alegre – R$ 36,12
— Teresina – R$ 34,92
— Maceió – R$ 34,76
— Brasília – R$ 33,37
— Manaus – R$ 31,91
— Fortaleza – R$ 29,65
— Goiânia – R$ 27,94.