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Mundo Trabalhadores argentinos fazem greve geral contra medidas de Javier Milei

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Esta é a terceira greve desde que o líder ultraliberal chegou ao poder em dezembro de 2023

Foto: Divulgação
Esta é a terceira greve desde que o líder ultraliberal chegou ao poder em dezembro de 2023. (Foto: Divulgação)

Os maiores sindicatos de trabalhadores da Argentina deram início a uma greve maciça de 24 horas nesta quinta-feira (10), paralisando trens, aviões e portos em protesto contra as medidas de austeridade do governo do presidente Javier Milei.

A paralisação, organizada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), é classificada de “um ataque à República” pela Casa Rosada. Esta é a terceira desde que o líder ultraliberal chegou ao poder em dezembro de 2023 e marca uma deterioração no clima social após dezenas de milhares de demissões e 15 meses consecutivos de queda no consumo. Sua adesão, porém, foi parcial.

Na quarta-feira (9), antes da greve, os trabalhadores participaram de um protesto semanal de aposentados em frente ao Congresso. Os aposentados viram seus fundos de pensão serem cortados e seus protestos terminaram em violência nas últimas semanas, quando grupos simpatizantes, como torcedores de futebol, entraram em confronto com a polícia.

“Depois dessa greve, eles terão que desligar a motosserra”, disse Rodolfo Aguiar, secretário geral do sindicato ATE Nacional, referindo-se à analogia de Milei para o corte de gastos públicos.

Os sindicatos estão exigindo que o governo readmita os funcionários demitidos, reabra as negociações salariais e elimine os planos de privatização de algumas empresas públicas, entre outras medidas.

Bancos, escolas públicas e privadas, hospitais e todas as repartições públicas amanheceram fechados nesta quinta. Mais de 250 voos nacionais e internacionais também foram cancelados devido à adesão do pessoal de terra nos aeroportos. Mas muitas empresas abriram suas portas e trabalhadores autônomos saíram de suas casas para ganhar o dinheiro do dia.

Sem trens ou metrôs operando, a paralisação está sendo fortemente sentida nas ruas, onde longas filas para pegar ônibus se formaram logo pela manhã e carros e motos particulares encheram as avenidas. Ao contrário das greves de janeiro e maio do ano passado, o principal sindicato dos motoristas de ônibus não aderiu à medida, pois foi obrigado a trabalhar devido a uma conciliação obrigatória emitida pelo Ministério do Trabalho em uma ameaça de greve anterior.

A estatal Aerolíneas Argentinas, a principal companhia aérea do país, informou que 20 mil passageiros foram afetados pelo cancelamento de 258 voos, 17 deles para rotas internacionais, o que representa um custo estimado de US$ 3 milhões para a empresa.

O governo emitiu um alerta em estações de trem sobre a greve geral desta quinta-feira:

“Ataque à República. A casta sindical atenta contra milhões de argentinos que querem trabalhar. Se te extorquirem ou te obrigarem a parar, denuncie”, diz a mensagem.

As reações dos ministros e outras autoridades do governo foram surgindo ao longo do dia após o Executivo realizar, mais cedo nesta quinta-feira, uma reunião de Gabinete. Um dos primeiros a comentar, o presidente da Câmara dos Deputados, Martín Menem, escreveu no X:

“Hoje se trabalha”. Pouco antes, na mesma plataforma, ele havia publicado outra mensagem na qual afirmou que “nunca uma greve trouxe qualquer benefício para a sociedade como um todo”.

Por sua vez, a ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando que “as ruas já não pertencem aos que pressionam, mas aos que trabalham”:

“As marchas multitudinárias e greves ficaram para trás. Hoje, os argentinos escolhem o esforço e apoiam um governo que faz o necessário para tirar o país do buraco”, acrescentou a ministra, que compartilhou imagens do operativo policial realizado na quarta-feira durante um protesto de aposentados apoiado por numerosos sindicatos.

Milei, usuário frequente do X, não publicou nenhuma opinião própria sobre a greve, mas compartilhou várias mensagens contrárias à paralisação, entre elas as do deputado de seu partido (A Liberdade Avança, de ultradireita), Bertie Venegas Lynch:

“Um sindicato deve oferecer serviços de representação em regime de concorrência. O trabalhador escolhe quem o representa ou se prefere não ser representado. É preciso acabar com esses monopolistas repugnantes que usam trabalhadores como escravos para pagar seus Audis e comer caviar há mais de 80 anos”, declarou o parlamentar.

A greve deixa o governo na expectativa depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na terça-feira que o acordo técnico com a Argentina, no valor de US$ 20 bilhões (R$ 121 bilhões), está pronto para ser examinado pela diretoria do organismo multilateral “nos próximos dias”.

Por meio da contenção dos gastos públicos, o presidente reduziu a inflação de 211% em 2023 para 118% no ano passado, o que contribuiu para que a pobreza voltasse aos níveis de 2023 (38%), depois de tê-la levado a 52,9% na primeira metade de seu governo.

As informações são do portal de notícias O Globo.

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