Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de abril de 2019
Um total de 164 trabalhadores ocuparam a MontevideoGas, distribuidora de gás natural canalizado em Montevidéu, no Uruguai, controlada pela Petrobras. De acordo com fontes locais, no entanto, a Petrobras teria obtido uma decisão judicial que impedia o chamado “control obrero”.
A Petrobras controla duas distribuidoras de gás no país vizinho, a MontevideoGas e a Conecta. Mas a estatal, segundo fontes, pretende negociar sua saída do país devido ao fato de que suas operações são deficitárias. Ao mesmo tempo, a companhia enfrenta sérios problemas com os sindicatos dos trabalhadores locais, que reclamam que a Petrobras busca redução de custo com demissões de trabalhadores.
Na manhã desta quinta-feira (25), a Petrobras informou que está tomando todas as medidas judiciais cabíveis para desocupar e retomar a operação da MontevideoGas, ocupada pelos empregados desde quarta (24). De acordo com a estatal brasileira, a ocupação pelos empregados foi uma “ação ilegal do sindicato dos trabalhadores da MontevideoGas. A Petrobras está solicitando que as autoridades do governo uruguaio tomem as devidas providências para a retirada dos ocupantes e retomada de suas instalações:
“A Petrobras e sua subsidiária MontevideoGas reiteraram hoje pedido formal de imediata atuação do Poder Executivo para remover os ocupantes.”
A Petrobras explicou ainda que a MontevideoGas obteve na quarta-feira uma decisão na justiça uruguaia que proíbe preventivamente o sindicato de fazer o ‘controle obrero’ ou criar obstáculo para o ingresso de gerentes e trabalhadores na empresa.
“Trata-se, portanto, de uma ação ilegal, que desrespeita decisão judicial. Configura-se também uma ameaça ao ambiente de negócios e à segurança jurídica para investimentos no Uruguai”, completou a Petrobras.
Na quarta-feira, a Uaoegas (União Autônoma de Trabalhadores e Empregados da Companhia de Gás), aprovou em assembleia a ocupação da unidade pelos empregados, chamada de “control obrero”. Segundo nota do sindicato, a Petrobras se recusa a encontrar uma saída para a situação atual com a recontratação dos 20 empregados que estão no chamado “seguro de paro”. A Uaoegas está exigindo ainda a imediata saída da Petrobras do serviço de distribuição de gás natural.