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Tradição é mantida: quem ganha em Minas Gerais, vence a eleição

Desde 1989, todos os presidentes eleitos no Brasil ganharam em Minas Gerais, que concentra 10% do eleitorado brasileiro. (Foto: Reprodução)

Mais uma vez, Minas Gerais mostrou que é o retrato do Brasil e decisivo para o resultado nacional das eleições: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu no estado com 50,20% dos votos, enquanto Jair Bolsonaro (PL) ficou com 49,80%.

No País, com 100% das urnas apuradas, o petista foi eleito presidente da República com 50,90% dos votos válidos, enquanto o candidato do PL conquistou 49,10%.

Desde 1989, todos os presidentes eleitos no Brasil ganharam em MG, que concentra 10% do eleitorado brasileiro e é o segundo maior colégio eleitoral do País.

Lula recebeu um total de 6.190.960 votos em Minas, 49.650 a mais do que Bolsonaro, que obteve 6.141.310. O petista venceu em 564 municípios mineiros, e Bolsonaro, em outros 289.

Minas Gerais é o único do Estado do Sudeste onde o presidente eleito ganhou.

Assim como no primeiro turno, o atual presidente venceu nas três maiores cidades de MG em número de habitantes: na capital, Belo Horizonte, ele obteve 54,25% dos votos; em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, 53,12%; e em Contagem, na Região Metropolitana, 55,49%.

Com o apoio do governador Romeu Zema (Novo), que acompanhou todos os seis compromissos de campanha de Bolsonaro em Minas no segundo turno, o candidato do PL virou em algumas cidades onde Lula tinha vencido no primeiro turno, como Betim, na Grande BH, e Montes Claros, no Norte. Ele recebeu 902.046 votos a mais do que no dia 2 de outubro.

No entanto, os números não foram suficientes para a vitória no Estado. Lula obteve 388.389 votos a mais no segundo turno em Minas, em comparação com o primeiro, quando venceu Bolsonaro com uma diferença de 563.307 votos.

O presidente eleito ganhou em cidades como Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 56,09% dos votos, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, com 50,18%, e Barbacena, na Região Central, com 56,63%.

Após o anúncio da eleição de Lula, o governador Romeu Zema se manifestou nas redes sociais.

“Com o resultado da eleição nacional, desejo sucesso ao presidente eleito. Seguirei cobrando que Minas seja prioridade, como merece. Estarei aberto ao diálogo para que o Brasil possa crescer com trabalho, honestidade e respeito. Que Deus abençoe nossa nação”, escreveu.

Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Lula destacou a necessidade de unificação nacional e destacou o combate à fome como seu principal compromisso.

“O Brasil é a minha causa e combater a miséria é a causa pela qual vou viver até o fim da minha vida”, declarou. Ele falou em São Paulo em um hotel no Jardins ao lado de correligionários, como a ex-presidente Dilma Rousseff, o candidato derrotado para o governo paulista Fernando Haddad, o seu vice Geraldo Alckmin e Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições.

Ele agradeceu aos votos recebidos, parabenizou todos que exerceram o direito ao voto, inclusive os que foram dados a Bolsonaro, como uma prática cidadã e um dever civilizatório.

“A partir de 1° de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiras e brasileiros e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo e uma grande nação”, declarou.

Lula disse estar disposto a pacificar o País. “Tenho fé em Deus que com a ajuda do povo nós vamos encontrar uma saída para que esse país volte a viver democraticamente, harmonicamente e que a gente possa restabelecer a paz entre as famílias, entre os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que nós precisamos e o Brasil”, declarou.

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