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Trajes com sensores usados em “Avatar” prometem renovar diagnósticos motores

Trajes de captura de movimento são usados para criar gráficos mais realistas. (Foto: Divulgação)

Trajes de captura de movimento que dão vida aos personagens do filme Avatar estão ajudando pesquisadores a rastrear o início de doenças que afetam a mobilidade. O novo sistema usa inteligência artificial para analisar os movimentos do corpo.

Em muitos casos, quanto mais rápido essas condições forem diagnosticadas, melhores serão as condições para receber o suporte e o tratamento adequados.

Duas pesquisas britânicas publicadas na revista científica Nature Medicine mediram a gravidade de dois distúrbios genéticos duas vezes mais rápido do que os métodos normalmente usados hoje.

Os pesquisadores dizem que o novo método também poderia reduzir muito o tempo e o custo necessários para desenvolver novos medicamentos, porque ele aceleraria as pesquisas clínicas.

Eles testaram o sistema de análise de movimentos em pacientes com ataxia de Friedreich (FA) e Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) em dois estudos separados.

Funcionamento

Rastrear a gravidade e a provável progressão de tais doenças geralmente envolve medir clinicamente a velocidade e a precisão com que os pacientes realizam um conjunto de movimentos padronizados. Essa avaliação – vital para descobrir qual suporte e tratamento um paciente precisa – pode levar anos.

Os dois estudos publicados na quinta-feira mostram que o sistema de captura de movimento pode fazer isso com muito mais rapidez e precisão.

O sistema foi adaptado da tecnologia usada pelos cineastas para capturar o movimento dos atores no primeiro filme Avatar. No cinema, a captura de movimento é usada para ajudar a criar personagens mais realistas com computação gráfica.

O professor Aldo Faisal, do Imperial College, foi um dos cientistas que teve a ideia de usar a tecnologia na medicina.

“Nossa nova abordagem detecta movimentos sutis que os humanos não conseguem captar”, disse ele. “Ela tem a capacidade de transformar os ensaios clínicos, bem como melhorar o diagnóstico e o monitoramento dos pacientes”.

A FA geralmente aparece na adolescência e afeta uma em cada 50 mil pessoas. Já a DMD afeta 20 mil crianças por ano no mundo todo – a maioria meninos. Atualmente, não há cura para nenhuma das duas condições.

Avanço

A equipe do Imperial College testou pela primeira vez os trajes do sensor de movimento em pacientes com FA. Eles descobriram que a inteligência poderia prever o ritmo do agravamento da doença ao longo de doze meses – parece muito tempo, mas é metade do tempo que normalmente levaria o diagnóstico.

Já a equipe do hospital Great Ormond Street testou a tecnologia em 21 meninos com DMD com idades entre cinco e 18 anos. O sistema foi capaz de prever como seus movimentos seriam afetados em seis meses com muito mais precisão do que um médico.

Os pesquisadores acreditam que o novo sistema pode ser usado para acelerar e reduzir o custo de ensaios clínicos para testar novos medicamentos para uma ampla gama de condições. Com isso, ele pode tornar os testes de novos medicamentos para doenças genéticas raras mais baratos – o que aumenta a chance da indústria farmacêutica investir na pesquisa.

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