No primeiro dia de desfiles do Grupo Especial neste domingo (11), todos os olhos da Marquês de Sapucaí estavam voltados para a Rainha da Grande Rio, Paolla Oliveira, que, além do samba no pé e presença magnética na avenida, vestiu um figurino de onça, com uma cabeça mecânica que cobria seu rosto e acendia os olhos de led em alguns momentos do samba.
Assinado por Bruno Oliveira e Mariana Sued, o figurino utilizava dois motores para fazer com que a cabeça de onça cobrisse o rosto da atriz, com um controle acionado por ela própria. “Eu mesma apertava. Você acha que a onça vai dar o controle para alguém?”, brincou Paolla em entrevista após o desfile. A atriz precisou fazer cinco provas da peça, até encontrar o tamanho e peso ideal para não comprometer o samba, o sistema e a surpresa.
“A cabeça tem dois motores e um servo motor que é acionado pela Paolla. A gente tem um profissional de tecnologia que vem desenvolvendo esse processo junto com a gente desde setembro. Foram feitos vários testes, criamos um protótipo antes da execução da cabeça em si e ela teve uma cabeça só para ensaio”, contou Bruno Oliveira.
O figurinista comentou que Paolla trocou muito com a equipe e foi decisiva na criação da roupa.
“Ela consegue mostrar muito o que pensa sobre uma roupa, no desenvolvimento foi um figurino realmente pensado por todos nós. Em todas as provas a gente ia percebendo situações e tentando chegar num denominador comum, entre a parte artística é a parte técnica. Porque é ela quem vai estar ali, sambando com a roupa”, observa Oliveira.
Cristais e capim cana-brava
O figurinista explica que a roupa foi toda trabalhada com aplicação de cristais e costeiro feito com capim cana-brava:
“A parte de cima é uma escultura, toda feita em emborrachado para não pesar demais e para suportar o tempo de utilização. A cabeça deve pesar em torno de uns três quilos, e tem um encaixe que foi muito estudado na cabeça da Paolla, desde o início do rosto, para ficar bem preso. É como se fosse um capacete na cabeça dela”.
A roupa representava o enredo da escola “Transformação: nosso destino é ser onça”, criado pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, inspirado no livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa. A tricolor de Duque de Caixias foi a quarta escola a entrar na avenida, já na madrugada de segunda-feira (12).