Nesta quarta-feira (8), representantes dos caminhoneiros voltaram a defender que a Petrobras realize o reajuste o preço do óleo diesel com menos frequência, espaçando o máximo possível os aumentos do valor do combustível. De acordo com representantes da categoria que participaram da audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, a oscilação dos preços tem inviabilizado a definição do valor do frete cobrado, prejudicando os caminhoneiros autônomos e as transportadoras.
“Não temos condição de negociar preço a cada semana, a cada dia. É mais fácil suportar preços internacionais do que a volatilidade que, esta sim, acaba matando”, afirmou o presidente da Confederação Nacional do Transportes (CNT), Vander Francisco Costa.
Um dos pedidos categoria é para que a revisão ocorra pelo menos a cada três meses, por exemplo, para que motoristas não sejam surpreendidos no meio de uma viagem com o aumento no valor do combustível. O preço médio do diesel nas refinarias hoje é de aproximadamente R$ 2,3 por litro. Em menos de dois anos, o combustível acumulou aumento de quase 70%.
PETROBRAS ESTÁ ATENTA
Há cerca de um mês, após pedir ao presidente Jair Bolsonaro para a Petrobras segurar o reajuste do preço do diesel por conta da ameaça de uma greve dos caminhoneiros, Roberto Castello Branco, presidente da estatal, disse ao jornal Estado de S. Paulo que esse assunto já está superado. Mas disse que desconsiderar o risco de uma greve de caminhoneiros é temerário. A decisão de segurar o reajuste levou a companhia a perder R$ 32 bilhões em valor de mercado no dia 11 de abril e criou um temor entre investidores de que o governo voltasse a interferir na política de preços de combustíveis.
Segundo Castello Branco, a Petrobras não pode subsidiar o preço do diesel porque cria um problema sério para o Brasil. “Não quero que os eventos do passado se repitam (ingerência na política de preços). Mas desconsiderar os riscos de uma greve é temerário”, disse. O executivo reconhece que os caminhoneiros ganharam poder de barganha – em maio do ano passado, a categoria parou o País por 10 dias