Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2022
Em estudo recém-publicado, autores encontraram queda de 2,3% na taxa de mortalidade por IC no Brasil.
Foto: ReproduçãoA insuficiência cardíaca (IC), caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue oxigenado suficiente para todo o corpo, atinge 2 milhões de brasileiros. Trata-se de uma doença crônica que anualmente é diagnosticada em mais 240 mil pessoas no País. Sua prevalência aumenta significativamente após os 65 anos de idade, chegando a atingir 30% da população com mais de 85 anos. Em estudo recém-publicado, autores encontraram queda de 2,3% na taxa de mortalidade por IC no Brasil. Em oposição às demais regiões, no Sul essa taxa sofreu aumento de 2,9%.
Apesar de tão prevalente, muitas vezes a IC é confundida devido aos seus sintomas, que incluem sintomas falta de ar, cansaço, inchaço dos pés e pernas, e demora para ser diagnosticada, agravando o quadro dos acometidos. Entre seus fatores de risco principais estão: doença de Chagas, diabetes, hipertensão e dislipidemia.
Achados publicados no estudo Breathe, revelam que pouco mais de 50% das pessoas com IC no Brasil recebem orientações sobre como tomar a medicação da forma correta, e somente 43,5% delas são orientadas sobre o reconhecimento da piora dos sintomas. Ainda sobre o tratamento, 50% não usam os medicamentos como prescrito. Esta baixa adesão leva ao aumento de custos com hospitalizações, assim como maior morbidade e mortalidade precoce.
Corroborando e complementando esses achados, os dados encontrados no atual registro internacional Pinnacle evidenciam uma lacuna no Brasil entre as recomendações baseadas em evidências e a prática de prescrição medicamentosa e de educação para os autocuidados dessas pessoas. Este espaço existente traz à tona a oportunidade para implementação de estratégias para melhorar a gestão do cuidado e os desfechos relacionados à IC.
Além da necessidade de melhorar a gestão dessa condição, segundo Mark Barone, coordenador geral do FórumDCNTs, “é fundamental investir em estratégias para prevenção da IC, em grande parte dos casos através de hábitos saudáveis e manejo adequado de condições crônicas como o diabetes”.
Dois dos pesquisadores que lideram o registro Pinnacle no Brasil, José Francisco Saraiva e Álvaro Avezum, e outros especialistas em insuficiência cardíaca e doenças cardiovasculares, se reunirão nesta sexta-feira (8), para apresentar atualizações do estudo sobre IC e planejar estratégias para melhorar sua atenção no Brasil. A reunião contará, ainda, com a presença do Ministério da Saúde, apresentando o novo programa nacional para financiamento do tratamento de doenças cardiovasculares, o QualiSUS-Cardio.