Domingo, 10 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2024
Manifestantes se deslocaram pelo Centro da Capital até o Parque Harmonia
Foto: Reprodução de vídeoProdutores rurais de diversas cidades gaúchas realizam ao longo dessa quinta-feira (8), uma manifestação de grandes proporções em Porto Alegre. Na pauta do protesto (organizado pelo movimento SOS Agro RS), a reivindicação de maior apoio à categoria por parte do governo federal após as enchentes recordes de maio no Estado.
A mobilização teve como destaque a entrada de centenas de veículos agrícolas na capital gaúcha, já nas primeiras horas da manhã, presença que motivou o título informal do evento: “Tratoraço”. O comboio percorreu um itinerário abrangendo as rodovias federais BR-386, BR-116, BR-448 (Rodovia do Parque), BR-290 (Freeway) e avenida Castelo Branco.
Houve congestionamento no trânsito, principalmente nas imediações da Capital. Em seguida, os manifestantes motorizados se deslocaram pelas avenidas Mauá (Centro Histórico) e Beira-Rio (Praia de Belas). Nesta última, a Empresa Pública de Transporte e Circulação já havia bloqueado uma das faixas da Beira-Rio, nos dois sentidos, desde a madrugada.
Tratores, caminhões e outros veículos utilizados no protesto foram estacionados no entorno do Parque Harmonia, onde a manifestação foi realizada no centro de eventos Casa do Gaúcho. Não foram registrados incidentes e nem divulgada uma estimativa oficial do número de participantes.
Dentre as principais demandas do setor junto ao governo federal está a prorrogação das dívidas por 15 anos, com carência de três anos e juros anuais de 3%. A categoria também reivindica mais créditos para reconstrução, reinvestimento e capital-de-giro nas propriedades.
Apoio do Palácio Piratini
O governador Eduardo Leite participou do ato, pela manhã. Ele aproveitou a oportunidade para novamente cobrar soluções federais para a recuperação do setor no Rio Grande do Sul – segundo ele, as medidas anunciadas até agora são insuficientes para atender às demandas do segmento, afetado pela maior catástrofe já ocorrida no Estado e por eventos climáticos anteriores, como a estiagem.
Em discurso no Parque da Harmonia, o mandatário do Palácio Piratini também acusou o governo federal por uma suposta disparidade no que se refere às políticas de incentivo às diferentes regiões do País:
“O tratamento que é dado ao Sul do Brasil, e especialmente ao Rio Grande do Sul, é desleal do ponto-de-vista federativo e está por demais desequilibrado. Não estamos lutando para tirar recursos das outras regiões, mas por um tratamento adequado ao nosso Estado, ainda mais com as calamidades que temos enfrentado. Não nos contentamos com o pouco que ofereceram até agora”.
Também compareceram o vice-governador Gabriel Souza e dos secretários Clair Kuhn (da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), Beto Fantinel (Desenvolvimento Social), Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico) e Ronaldo Santini (Desenvolvimento Rural). No palanque também estavam representantes de diversas entidades direta ou indiretamente ligadas ao agronegócio.
De São Paulo, onde participava da evento, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avaliou a manifestação como “muito legítima”: “O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aberto a melhorar o que já tem feito. Todas as medidas necessárias para que os produtores possam reconstruir suas vidas serão tomadas”.
(Marcello Campos)