Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Dad Squarisi | 26 de março de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Oba! O presidente Lula foi à China. Com ele, alegre comitiva de quase 250 pessoas. Senadores, deputados, ministros, governadores, empresários, sindicalistas, assessores, jornalistas embarcaram no trem da alegria. Teme-se que a multidão atrapalhe os negócios sonhados pelo país.
Negócios da China
A visita ao nosso maior parceiro comercial promete negócios da China. Significa negócios altamente rentáveis. A expressão nasceu no século XIII. Marco Polo viajou ao Oriente e contou histórias de uma terra exótica, com pessoas e cenários mirabolantes que despertaram a ambição de comerciantes.
Destaque
A China sobressai nos noticiários de Europa, França e Bahia. A razão: trata-se da segunda potência do planeta, que caminha a passos largos para chegar ao topo. Por isso, continuará nas manchetes. Convém, pois, conhecer manhas de tão especial criatura.
No adjetivo composto, em vez de chinês, o erudito sino pede passagem. Na flexão, só o segundo muda: relação sino-brasileira, relações sino-brasileiras, tratado sino-brasileiro, tratados sino-brasileiros, guerra sino-americana, guerras sino-americanas, empresa sino-europeia, empresas sino-europeias.
Bebida local
Em português é chá. Em inglês, tea. Em espanhol, te. Em italiano, tè. Em francês, thé. Em alemão, Tee. Por que a diferença? A palavra veio da China. Ambas as formas nasceram do mesmo ideograma. É que o danado tem pronúncias diferentes. No dialeto mandarino, é ch´a. No fun-kien, tê. Nós ficamos com o primeiro.
A diferença
Chá é a bebida. Xá, título do soberano da Pérsia (Irã). A origem vem do jogo de xadrez – xeque mate. A duplinha vem do persa xâh, que significa rei, e mât, que quer dizer morto.
Antes de chegar aqui, o casal passou pelo árabe. O xah deu no português xá e xeque. No inglês, virou sheik. Assim, na nossa língua de todos os dias, o chefe muçulmano é xeque, não sheik.
Brics
A ex-presidente Dilma compõe a feliz comitiva. Em Xangai, vai assumir a Presidência do banco formado por cinco países. Eles, com o nosso, abrigam 42% da população do planeta. O quinteto é tão importante que se tornou sigla — Brics. O nome se formou com as iniciais dos membros: B de Brasil, r de Rússia, i de Índia, c de China e s de África do Sul (em inglês, South Africa).
Desde que se formou, o grupo ocupa páginas nos jornais e minutos na tevê. Mas uma vacilação marcou o noticiário. Singular ou plural? Alguns ficaram com o Brics. Outros, os Brics. E daí?
O pomo da discórdia foi o s de Brics. Ele não marca o plural. É o s inicial de South Africa. Conclusão: Brics joga no time de Mercosul. É singular: O Brics se reuniu em Xangai. O banco do Brics promete fazer investimentos nos países-membros.
Mundo árabe
Depois da China, Lula visita o Oriente Médio. Pousará na capital dos Emirados Árabes, Abu Dabi. Pintou, então, a questão: como se chama quem nasce naquele país árabe criado em 1971? É emiradense.
Leitor pergunta
Nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, alguém escreveu na estátua da Justiça, que fica em frente ao Supremo Tribunal Federal, a frase “Perdeu Mané”. O ministro Barroso disse que tinha pena, porque a pessoa que pichou a deusa Têmis não sabe português. Onde ela errou?
Sílvia Castro, São Paulo:
Na frase, a pessoa se dirige a Mané. O ser a quem nos dirigimos é serzinho elitista. Não se mistura a nenhum termo da oração. É sempre – sempre mesmo – separado por vírgula. Na dúvida, basta antepor-lhe o ó: Pra frente, (ó) Brasil. Entra, (ó) Maria. Deus, ó Deus, onde estás que não me escutas? Perdeu, (ó) Mané.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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