Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2024
O procedimento foi consequência de um acidente doméstico sofrido pelo presidente em 19 de outubro
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou por uma trepanação, com o intuito de drenar uma hemorragia intracraniana nesta terça-feira (10), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O procedimento foi consequência de um acidente doméstico sofrido pelo presidente em 19 de outubro, quando ele caiu no banheiro da residência oficial e bateu com a cabeça.
No primeiro boletim médico, divulgado às 03h20, a equipe do Hospital Sírio-Libanês informou que o mandatário havia sido submetido a uma craniotomia — tipo de intervenção cirúrgica em que é realizada a remoção de uma parte do crânio para que possa ser drenado um hematoma.
Durante a manhã, porém, os médicos que acompanham o presidente explicaram em coletiva de imprensa que o termo mais correto para o procedimento que foi feito no petista é “trepanação”, que são perfurações feitas no crânio. No caso do presidente, foram feitas entre duas lâminas da meninge, seguidas da colocação de um dreno, por onde sai o sangue acumulado após a hemorragia.
De acordo com o médico do presidente, Roberto Kalil, os orifícios feitos no crânio de Lula são pequenos e terão cicatrização espontânea, sem necessidade de intervenção futura. Segundo a equipe médica, a cirurgia durou em torno de duas horas.
“O sangramento estava entre o cérebro e a meninge. Foi um sangramento espontâneo tardio”, explicou o neurocirurgião Marcos Stavale.
O hematoma “comprimiu o cérebro, foi removido”, complementou. Os médicos salientaram que o acúmulo de sangue foi completamente drenado. “O cérebro está descomprimido e ele [Lula] está com as funções neurológicas preservadas.”
A hemorragia intracraniana estaria ligada ao acidente doméstico que o presidente sofreu em 19 de outubro, quando caiu no banheiro do Palácio do Alvorada, em Brasília. Sobre o aparecimento tardio do hematoma, o médico Rogério Tuma afirmou que “esse é um tipo de complicação comum, pode acontecer, principalmente em pessoas de maior idade”. Ainda de acordo com os médicos, Lula esteve “lúcido, orientado, conversando” durante todo o período que antecedeu a cirurgia. De acordo com os especialistas, o petista se encontra da mesma forma agora, inclusive, se alimentando.
Internação
Lula teve mal-estar semelhante a um quadro gripal, acompanhado por dores de cabeça, e então foi ao Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, na noite dessa segunda (9). Como teve uma queda recente, passou por uma ressonância magnética, que detectou uma hemorragia intracraniana de um hematoma decorrente do acidente em 19 de outubro. O presidente foi transferido para a unidade do hospital, em São Paulo, onde passou pelo procedimento cirúrgico.
Kalil explica que não houve machucado no cérebro, já que o hematoma estava localizado entre o osso cranial e o cérebro. Desta forma, para evitar que o hematoma comprima o cérebro, o presidente passou pela trepanação na manhã desta segunda, no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
O presidente está acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, e, por precaução, ficará internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por 48 horas. A expectativa da equipe médica, liderada por Roberto Kalil, é que Lula volte às atividades na próxima semana.