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Esporte Três clubes da Série A ainda não autorizaram a Globo a transmitir os seus jogos

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Palmeiras, Atlético-PR e Bahia ainda não acertaram com a Globo. (Foto: Lucas Merçon)

Diretor de direitos esportivos do Grupo Globo, Fernando Manuel Pinto tenta convencer Palmeiras, Atlético-PR e Bahia —que acertaram com o Esporte Interativo em TV fechada— a aceitarem as ofertas de transmissão em TV aberta e pay-per-view para as edições do Brasileiro de 2019 a 2024. Os três clubes são os únicos da Série A que ainda não fecharam acordo com a emissora.

Entre os motivos alegados para não aceitarem a proposta está a divisão da arrecadação do pay-per-view. Os times ficam com 38% do obtido com a venda de pacotes a assinantes. Outros 62% são divididos entre a emissora e operadoras. “O modelo [de pay-per-view] é justo. Os clubes são remunerados”, disse Fernando Manuel Pinto à Folha de S. Paulo. 

A proposta da Globo prevê ainda a aplicação de reduções no valor pago aos clubes que fecharam com o Esporte Interativo. A emissora quer diminuir em 20% (para TV aberta) e 5,2% (em PPV, por jogo) os novos contratos para quem assinou com a rival. Confira parte da entrevista:

Qual a sua missão à frente do principal cargo do esporte da Globo?

A negociação dos direitos de transmissão, lidar com essa agenda de futebol, é talvez na realidade menos glamourosa do que parece. É uma missão, tarefa extremamente árdua, que envolve uma agenda frequente, de contato permanente com a entidade, com os clubes e com os outros ‘stakeholders’ [parte interessada] do futebol. Seria uma ilusão, imagina que você fecha um contrato e, simplesmente, coloca numa mesa e deixa para a empresa operar. Envolve uma agenda frequente tanto dos clubes que você celebrou o contrato quanto dos clubes que você ainda não tem o contrato e você segue engajado.

A Globo já chegou ao teto do que pode ser investido com os clubes?

Isso funciona como uma engrenagem. O tamanho de um negócio está ligado à capacidade também que você tem de transformar esse ativo, no caso os direitos ou propriedade esportivas, em receita. Tem uma variação e está sujeito a intempéries do gênero recessão, transformação da mídia…

A Globo já trabalha com a hipótese de não ter 100% dos jogos a partir de 2019?

O novo modelo que foi implementado é uma negociação longa, clube a clube, mas que fundamentalmente leva todos esses contratos individuais para uma mecânica de distribuição de recursos, que é coletiva, similar a todos. A gente tem feitos esforços e logrado êxito. Tanto é que cinco clubes que comercializaram os direitos de TV fechada com um terceiro [Esporte Interativo], já acertaram com o Grupo Globo a venda dos direitos de TV aberta e pay-per-view.

Qual seria o impacto para a Globo não ter como transmitir um Palmeiras e Corinthians, por exemplo, no Campeonato Brasileiro de 2019 [sem o acerto com o clube alviverde, a emissora não poderia exibir a partida]?

Já passamos por isso em outras situações. Recentemente, o grupo deixou de ter a final do Campeonato Paranaense. Tem muita água para passar debaixo dessa ponte. Vamos seguir trabalhando.

 

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